A logística desempenha um papel fundamental no sucesso de qualquer empresa, envolvendo o planejamento, a execução e o controle do fluxo de materiais, serviços e informações desde a origem até o destino final.
Basicamente, o que esse setor faz é facilitar as atividades comerciais entre duas ou mais partes, transportando, armazenando e entregando mercadorias por meio de redes de cadeia de suprimentos B2B, B2C ou C2C.
No entanto, com a crescente competitividade no mundo dos negócios e o advento da logística 4.0, tornou-se imperativo adotar novas abordagens para gerenciar todas as etapas dessa jornada. Mas, como garantir que todos os processos sejam realizados de forma eficiente, econômica e sustentável? A resposta é a logística integrada.
Logística integrada é uma estratégia de gestão que utiliza a tecnologia para interligar todos os processos logísticos de uma empresa, desde a etapa de fabricação de produtos e manejo no estoque até a entrega ao cliente final.
O seu objetivo é otimizar o uso dos recursos, reduzir os custos, melhorar a qualidade e aumentar a satisfação dos clientes, envolvendo todas as etapas da cadeia de suprimentos na junção processos-chave, como a logística de suprimentos + interna + distribuição.
Nesse sentido, os recursos tecnológicos são um aliado muito valioso, pois permitem manter todos os elementos, internos ou externos à empresa, atualizados em tempo real. Dessa forma, é possível acompanhar o ciclo de vida de um item até chegar ao seu destino.
Além disso, também pode incluir o processo de logística reversa, que é o retorno de produtos que foram vendidos, mas por algum motivo precisam ser devolvidos pelo cliente. Nas palavras de Caio Reina, presidente e fundador da RoutEasy: “Até certo volume é possível fazer na mão. Mas, quando a demanda aumenta, a tecnologia entra para resolver o problema e melhorar a operação”.
Em sua essência, a logística integrada abrange quatro elementos essenciais: planejamento, execução, controle e feedback.
A logística integrada é uma tendência cada vez mais adotada por logtechs e empresas que buscam se destacar no mercado e oferecer um diferencial competitivo aos seus clientes. Não é à toa que alguns exemplos de companhias que a utilizam incluem Mercado Livre, Natura, Magazine Luiza, BRF, Ambev, B2W, C&A e DHL.
As oportunidades e benefícios que a logística integrada proporciona a uma organização são vastos. Entre os principais, citamos:
Um dos principais benefícios da logística integrada é a redução de custos operacionais e de estoque. Isso acontece porque a logística integrada permite uma melhor gestão dos recursos, evitando desperdícios, perdas, avarias e obsolescência dos produtos.
Além disso, ela facilita o planejamento da demanda, evitando excessos ou faltas de produtos no estoque.
Segundo um estudo da Fundação Dom Cabral, as empresas brasileiras gastam em média 12,37% do seu faturamento bruto com logística, com esse valor sendo ainda maior em setores como mineração (26,1%), papel e celulose (21,7%), agronegócio (20,7%) e a indústria da construção (18%). Portanto, reduzir esses custos pode representar uma grande economia para o seu negócio.
A logística integrada permite uma maior agilidade e precisão nas entregas, atendendo às expectativas e necessidades dos clientes ao possibilitar um maior controle e rastreabilidade dos produtos, garantindo a sua integridade e segurança.
Segundo o relatório E-commerce Trends 2023, 55% dos consumidores online consideram o prazo de entrega como o principal fator para escolher uma loja virtual. Portanto, oferecer um serviço de entrega rápido e confiável pode ser um diferencial competitivo para o seu negócio.
Outro importante benefício é o aumento da eficiência e da produtividade. Em linhas gerais, isso acontece porque a logística integrada permite uma maior integração e comunicação entre os processos, os departamentos e os parceiros envolvidos na cadeia de suprimentos, facilitando a troca de informações, a tomada de decisões e a resolução de problemas.
Mais que isso, a logística integrada utiliza ferramentas tecnológicas que automatizam e otimizam as atividades operacionais, reduzindo erros e retrabalhos.
Segundo um relatório da McKinsey, as empresas que utilizam tecnologias digitais na logística podem aumentar em até 30% a sua produtividade. Portanto, investir em soluções que integrem os processos logísticos pode ser uma forma de melhorar o desempenho do seu negócio.
Por fim, a competitividade e inovação são otimizadas, uma vez que uma logística integrada permite uma maior visibilidade e análise dos dados e indicadores dos processos logísticos.
Como consequência, ficam latentes as oportunidades de melhoria, redução de riscos e o surgimento de soluções diferenciadas para o mercado, estimulando a colaboração e o aprendizado entre os envolvidos na cadeia de suprimentos.
Esses são só alguns exemplos de como a logística integrada pode se refletir em melhores resultados financeiros, operacionais e estratégicos para uma companhia.
Mas como implementar a logística integrada na prática? Quais são os passos necessários para transformar a logística da sua empresa em uma vantagem estratégica
O primeiro passo é fazer um diagnóstico da atual situação logística da sua empresa, identificando os pontos fortes e fracos, as oportunidades e as ameaças, os gargalos e as melhorias possíveis.
Para isso, é preciso coletar e analisar dados sobre os processos, os custos, os indicadores, os fornecedores, os clientes, os concorrentes e o mercado.
O diagnóstico deve responder a perguntas como:
O diagnóstico deve ser feito com base em dados confiáveis e atualizados, utilizando ferramentas como análise SWOT, matriz BCG, matriz GUT, diagrama de Ishikawa, entre outras.
O segundo passo é definir os objetivos e as metas que se quer atingir, alinhados com a estratégia e a visão da empresa. Eles precisam ser claros, específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. Por exemplo:
Vale ressaltar que os objetivos devem ser desdobrados em metas para cada área, processo e função envolvidos na logística integrada e as metas devem ser acompanhadas por indicadores de desempenho que permitam mensurar o progresso e o resultado dessas ações.
Em terceiro lugar, é crucial mapear os processos e os fluxos de informação da cadeia de suprimentos, desde a entrada dos insumos até a entrega dos produtos aos clientes.
Esse mapeamento deve identificar as atividades, as responsabilidades, as entradas, as saídas, os recursos, os fornecedores, os clientes e as interações entre cada etapa dessa jornada.
Na sequência, é hora de integrar os sistemas e as ferramentas de gestão utilizando tecnologias que facilitem a comunicação, a coordenação e a colaboração entre os elos da cadeia de suprimentos.
Algumas das tecnologias que podem ser utilizadas são o ERP (Enterprise Resource Planning), sistema que integra as informações financeiras, contábeis, fiscais e operacionais da empresa, e o WMS (Warehouse Management System), gerenciador de operações de armazenagem, como recebimento, estocagem, separação, expedição e inventário
Independente do sistema utilizado, o importante é que essa integração permita a padronização, a automação e a otimização dos processos.
Outro ponto de atenção é se certificar de que as pessoas envolvidas nesse processo foram devidamente capacitadas e envolvidas nessa cultura de inovação, aprendizagem e colaboração. Para isso, é preciso:
Finalmente, o último passo é monitorar e avaliar os resultados obtidos, verificando se os objetivos e as metas definidos foram alcançados ou superados.
Assim, essa será uma forma eficaz de se adaptar às mudanças e aos desafios do cenário atual, aproveitando as oportunidades e as tecnologias disponíveis para criar valor para a empresa e para os seus stakeholders.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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