Seca sem precedentes afeta Canal do Panamá e restringe a passagem de centenas de navios 

Uma das principais rotas marítimas do comércio mundial teve passagem restringida pelas autoridades de 8 a 21 de agosto. Entenda mais.
Seca sem precedentes afeta Canal do Panamá e restringe a passagem de centenas de navios

O Canal do Panamá liga o Oceano Atlântico ao Pacífico e desempenha um papel importante no comércio marítimo mundial. No entanto, no começo deste mês, uma seca que assola o país forçou autoridades a reforçar restrições às operações marítimas. 

Em condições normais transitam diariamente entre 36 e 38 embarcações, mas atualmente, para enfrentar a situação, esse número foi limitado a 30 e 32. O calado máximo das embarcações (distância entre a superfície da água e o ponto mais baixo do casco) também foi limitado a 13,41 m.

Desde o dia 16 de agosto, 131 embarcações fizeram fila para transitar pelo canal.

Canal do Panamá: por trás das restrições

O canal opera em águas doces e devido à seca, houve diminuição do nível dos lagos que alimentam a rodovia interoceânica. Para funcionar, a infraestrutura exige cerca de 193 milhões de litros para cada um dos quase 12.000 trânsitos anuais que ocorrem.

Em julho, os padrões históricos de seca na América Central já tinham causado baixos níveis de água no canal, mas desde então, as condições só pioraram.

Governo busca por soluções

Em meio às condições climáticas desfavoráveis, o governo panamenho busca soluções para que o canal continue sendo uma rota relevante para o comércio internacional. Entre as medidas em estudo estão a construção de reservatórios, a dessalinização da água e o uso de tecnologias mais eficientes.

Segundo as autoridades, adaptações vêm sendo feitas para equilibrar as questões críticas de disponibilidade de água doce tanto para o consumo da população como para o trânsito das embarcações.

“Desde a seca anterior em 2019-2020, o Canal tem implementado procedimentos para melhorar a eficiência hídrica nas suas operações, ao mesmo tempo que realiza estudos para identificar soluções de longo prazo para a variabilidade climática. No entanto, a gravidade atual e a sua recorrência não têm precedência histórica. Assim, o Canal do Panamá avalia constantemente a situação em relação aos níveis atuais e esperados dos reservatórios para garantir que os ajustes necessários em termos de calado máximo, capacidade e slots de reserva disponíveis sejam devidamente comunicados aos clientes.”

Ricaurte Vasquez Morales, administrador do Canal do Panamá em comunicado

Anualmente, o Canal do Panamá  recebe mais de 12 mil navios e de acordo com estimativas, 6% do comércio mundial passa por ele. A redução do tráfego diário pode causar prejuízos econômicos de 200 milhões de dólares em 2024. O país mais prejudicado devem ser os Estados Unidos, principal usuário do canal.

Atualmente, 80% das mercadorias comercializadas globalmente são transportadas em navios. Essa porcentagem é ainda maior nos países em desenvolvimento, como é o caso do Panamá.

Segundo informações da ONU (Organização das Nações Unidas), de 2023 a 2027, o comércio marítimo global deve crescer uma média de 2,1%, a taxa de crescimento mais lenta que a média das três últimas décadas, quando o crescimento anual ficou em torno de 3,3%.

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  • Amanda Moura

    Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.

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