Um estudo da Fundação Dom Cabral constatou que os custos logísticos consomem aproximadamente 12,37% do faturamento das empresas no Brasil. Destes, quase dois terços do total (63,5%) correspondem ao tráfego, comprovando que uma gestão de transporte eficiente não deve ser deixada em segundo plano.
Neste artigo, vamos entender a relação entre transporte e cadeia de suprimentos e como integrá-los é vital para uma operação mais econômica e produtiva.
A conexão entre transporte e cadeia de suprimentos
A cadeia de suprimentos, também conhecida como supply chain, é a área responsável por todo o processo de produção e venda de um produto, desde a compra de insumos até a entrega para o consumidor final e depende do transporte para cumprir os prazos estipulados – tanto de fabricação de mercadorias quanto de entrega.
Em outras palavras, o transporte é apenas um dos elementos da cadeia de suprimentos, mas fundamental para o planejamento e desenvolvimento da área, afinal, não existe logística sem transporte.
A função do transporte na logística
A busca por diferenciais competitivos tornou-se um elemento estratégico para muitas empresas, que veem nisso, uma oportunidade de se destacar da concorrência.
Considerando que a função do transporte na logística é entregar o produto certo, na quantidade e lugar certo, com o menor custo possível, ser capaz de otimizá-lo pode levar a novas alavancas de crescimento: uma pequena mudança pode ser responsável por otimizar a cadeia de ponta a ponta.
Recentemente, a Shein anunciou uma parceria com a Pegaki, plataforma do Intelipost com o objetivo de agilizar sua operação logística no Brasil. A ideia é simplificar o processo da primeira milha e a gestão do despacho de pedidos transacionados com origem no Brasil.
Nesse sentido, muitas empresas veem no transporte uma maneira de ganhar vantagem sobre os concorrentes. Por isso, mais do que nunca, é necessário investir em uma boa gestão de transporte, principalmente para empresas com diferentes tipos de frotas.
Mas afinal, o que é e como implementar uma gestão de transporte?
Administrar diferentes veículos é fundamental para entregas mais eficientes – da carga pesada a pequenas entregas. A gestão de transporte envolve:
- Escolha e o cuidado com os veículos;
- Providência e atualização de documentação;
- Interação com a equipe;
- Criação de rotas;
- Monitoramento das cargas e também dos custos.
Em outras palavras, é um conjunto de atividades com o objetivo de planejar, organizar e controlar as operações de transporte de uma companhia, abrangendo desde a escolha do modal de transporte até a entrega ao cliente final.
Além de gastos fixos, como salário dos motoristas e seguro, os custos da área envolvem combustível e reparação de veículos (custos variáveis) e também despesas com a segurança, como gestão de riscos de acidentes e avarias.
A administração tem como principal meta realizar entregas com eficiência, qualidade e segurança, atendendo aos prazos.
Por isso, é uma área estratégica, capaz de reduzir custos, aumentar a produtividade e a satisfação do cliente – que deseja receber suas compras cada vez mais rápido. De acordo com um relatório da Capterra, entregas mais rápidas são desejo de 95% dos consumidores brasileiros, superando até questões como preço.
A Nova Logística é integrada e baseada em dados
Agora que você já entendeu a relação entre transporte e cadeia de suprimentos, além do diferencial competitivo que ambos fornecem ao negócio, é hora de entender como integrá-los.
Se o processo de logística tradicional era visto como uma série de atividades isoladas, a Nova Logística é o oposto: é interconectada e digital. A tecnologia aproxima as empresas de informações cada vez mais sofisticadas, contribuindo para decisões mais assertivas e embasadas.
Para Rodrigo Calderaro, mentor da ImLog e que já passou por empresas como Mercado Livre, Amazon e Shopee, essa mudança de mentalidade é oportuna para que as empresas atuem com mais estratégia e foco:
“Eu não tenho dúvidas que o modelo data-driven é o modelo ideal. A partir do momento que começamos a operar dessa forma, a gente saiu de um patamar reativo para um patamar preventivo. Eu consigo prever problemas até a entrega. Isso me dá oportunidade de reverter cenários negativos.”
Rodrigo Calderaro, mentor da ImLog
Assim, o transporte passa a impactar várias frentes da rede logística, criando soluções com foco em garantir maior flexibilidade e velocidade na operação, prezando sempre pelo menor custo.
Como integrar a gestão de transporte a cadeia de suprimentos
Separamos três dicas que podem te ajudar na hora de integrar transporte e supply chain::
- Políticas de transporte e estoque: o gestor de estoque precisa analisar todos os custos logísticos, não apenas os custos de estoque, compreendendo particularidades da demanda por produtos e também de áreas específicas. A escolha do modal também é essencial, considerando principalmente, o transit time desejado;
- Satisfação do cliente: cada modal de transporte tem suas características e é preciso entender como elas afetam o serviço ao cliente. Hoje, as exigências dos consumidores variam de maior flexibilidade a pontualidade e abordagem omnichannel. Uma boa gestão de transporte faz escolhas sempre priorizando a satisfação do cliente.
- Rotas inteligentes: um elemento importante da etapa de transporte é o planejamento de rotas. As rotas inteligentes, além de assegurar uma entrega mais rápida, mapeando os melhores caminhos, contam com menos atrito e mais eficiência operacional, reduzindo gastos desnecessários.
Diferencial competitivo: uma boa gestão de transporte aumenta a produtividade
Para que a logística se transforme em um diferencial competitivo, é preciso tratá-la como um processo integrado, além da preferência dos clientes, cada vez mais exigentes.
Em suma, uma gestão de transporte adequada garante maior eficiência e consequentemente, produtividade.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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