Via: em meio a prejuízos, nova gestão propõe plano pós-2025

O prejuízo de R$ 492 milhões já era esperado pelo mercado, e Renato Franklin, atual CEO da Via, já está olhando para 2025, esperando alcançar mudanças significativas nos próximos anos.
planos de crescimento da via

No balanço do segundo trimestre, divulgado dia 10/08, a varejista reverteu o lucro de R$ 6 milhões e reportou um prejuízo de R$ 492 milhões. No entanto, a grande novidade da Via foi o anúncio de um plano de transformação de “crescimento sustentável” pós-2025.

“O driver era crescimento, mas mudou para rentabilidade”, diz Renato Franklin, que recentemente, completou 100 dias como CEO. Os investimentos anuais estimados em R$ 1 bilhão passarão a ser de R$ 600 milhões. No segundo trimestre, a queima de caixa foi na ordem de R$ 600 milhões.

Conheça o plano

A ideia principal da Via é concentrar-se em seu core business, os chamados produtos de linha branca (geladeiras e fogões), linha marrom (áudio e vídeo) e celulares, deixando vendedores do marketplace venderem os produtos de consumo recorrente e menos rentáveis, chamados de 3P, como bebidas.  

O mix entre produtos 1P e 3P já havia sido identificado na gestão anterior, de Roberto Fulcherberguer. Com a readequação de estoques e foco na venda de categorias como linha branca e marrom, o plano é liberar até R$ 1 bi para o caixa.

No segundo trimestre, a empresa reduziu em R$ 895 milhões os estoques em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, 23 categorias já migraram totalmente para o 3P, reproduzindo um modelo que já se provou mais assertivo em concorrentes como o Magazine Luiza e o Mercado Livre.

Além dessas mudanças, a dona da Casas Bahia e da Ponto prevê fechar de 50 a 100 lojas, uma “redução significativa de despesa com o pessoal”, liberando R$ 370 milhões para o lucro operacional.

Mudanças na estrutura de capital da Via

Para alcançar o ganho de rentabilidade, a Via também está buscando soluções para sua estrutura de capital. Uma das possibilidades estudadas é diversificar as alternativas de funding para o crediário, passando a depender menos de financiamento bancário e acessando outras alternativas. 

Nesse sentido, uma das possibilidades em estudo é um modelo de captação via FDICs.

“Hoje trabalhamos com número limitado de bancos e não acessamos outros bolsos que trabalham com prazo maior”, explica Elcio Mitsuhiro Ito, que chegou como CFO em junho. “Pelo menos R$ 2,5 bilhões de créditos fiscais devem ser monetizados esse ano”, completa.

O modelo liberaria R$ 5 bilhões de linhas de financiamento da empresa junto aos bancos e ajudaria a reforçar o serviço de crédito ao cliente, que tanto ajuda nas vendas, de acordo com o diretor financeiro. O modelo final de captação ainda está sendo estudado.

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  • Amanda Moura

    Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.

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