Com a definição de que as dark stores são depósitos, a Justiça Administrativa da França abre caminho para Paris e outras cidades expulsá-las de áreas residenciais.
Impulsionadas pelo capital de risco abundante e pela demanda vinda com a pandemia, startups como Getir, Flink, Frichti e Gorillas abriram cerca de 60 dark stores no centro de Paris.
As empresas alugaram espaços reservados para negócios que, de acordo com as leis de planejamento urbano da cidade, exigem a presença de compradores reais. O que não é o caso das dark stores.
A chegada dessas instalações também irritou muitos moradores, que reclamaram do barulho dos caminhões e da grande quantidade de bicicletas elétricas de entrega atrapalhando as ruas.
Além disso, autoridades locais manifestaram preocupação de que esses espaços estivessem pressionando as lojas locais.
Uma decisão anterior defendia que as dark stores são espaços de logística urbana, o que impediu as autoridades de Paris de aplicar multas. Mas tudo mudou com a nova definição.
“Vitória! Esses depósitos ilegais serão sancionados”, escreveu Emmanuel Grégoire, vice-prefeito de planejamento urbano, no Twitter.
Amsterdã pode proibir os serviços de entrega rápida
Amsterdã está próxima de se tornar a primeira cidade da Holanda a proibir os serviços de entrega rápida de supermercado a operar em áreas residenciais.
Os administradores da cidade querem estabelecer um plano de zoneamento que regulamente o estabelecimento dos centros de distribuição usados por esses serviços.
Se aprovado pelo conselho municipal, a entrega rápida só será permitida em parques empresariais. Isso exigiria o fechamento de uma dúzia de dark stores.
Por quase um ano e meio, a prefeitura de Amsterdã tem trabalhado nessa questão. Em janeiro de 2022, a cidade decidiu não permitir que novos serviços de entrega rápida ou dark stores fossem abertos na cidade por um ano, para dar tempo ao governo local de lidar com eles.
Enquanto isso, a cidade ordenou o fechamento de vários desses estabelecimentos em áreas residenciais porque eles não se encaixavam no plano de zoneamento.
No comunicado à imprensa, a prefeitura expressou esperança de que o novo plano de zoneamento deixe claro para todos que os serviços de entrega rápida de supermercado só podem ser sustentáveis quando localizados em áreas industriais.
A medida também acabará com as disputas legais relacionadas ao estabelecimento de dark stores, acrescentou a prefeitura.
Com informações de Stephan Sorokaua.
Inovação não pode impactar a população
Analisando a questão, Patrick Rocha, cofundador da ImLog, e fundador da dLieve, adquirida pela Vtex, defende que o mercado é livre e que as startups sugiram justamente para causar uma disrupção, fazendo diferente o que sempre foi feito da mesma forma. Inovação é isso.
“O empreendedor, como eu, adora identificar uma dor e resolver um problema, porém, isso não pode impactar negativamente a população. O Estado precisa ser hábil o suficiente para achar um caminho que agrade a todos”, comenta.
O que são dark stores?
São espaços físicos de varejo que funcionam exclusivamente para atender a pedidos online.
Diferentemente das lojas tradicionais, que são projetadas para atrair clientes e vender produtos em suas instalações, essas instalações são locais de armazenamento e preparação de mercadorias para entrega direta aos clientes.
Elas são responsáveis por receber os pedidos, cuidar do estoque, fazer a separação do produto e enviá-lo para o cliente.
Geralmente são localizadas em áreas estratégicas, com fácil acesso para entregas e logística eficiente.
A pandemia de covid-19 impulsionou a popularidade das dark stores, à medida que muitos consumidores optaram por fazer compras online em vez de frequentar lojas físicas.
Além disso, permitem que os varejistas ofereçam serviços mais ágeis e personalizados, como entregas mais rápidas e produtos frescos e preparados na hora.
Empresas como iFood , Rappi e Daki estão importando o conceito de dark store para o Brasil, a fim de agilizar o serviço de entrega de produtos.
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