Ao otimizar frete reverso para Unilever e Pepsico, LogShare atrai investimentos da ONEVC

Startup nasceu para ajudar a reduzir custos logísticos e emissões de carbono, colaborando para a sustentabilidade de grandes empresas.
LogShare sócios capa
Eduardo Souza, Glauber Alvers e Pedro Prado, fundadores da LogShare

Na LogShare, a entrada de fundos de venture capital ocorreu em uma ordem inversa à usual. Em vez de receber o aporte como uma validação de sua estratégia, a startup já havia conquistado uma carteira impressionante de clientes em sua plataforma de logística.

Entre eles estão grandes empresas, como Unilever, Pepsico e Mondelez, após um piloto bem-sucedido com o Grupo Pão de Açúcar.

Essa conquista chamou a atenção da gestora de venture capital ONEVC, que liderou uma rodada seed de US$ 820 mil (R$ 5,5 milhões) juntamente com Niu Ventures e 15 investidores anjos com experiência em supply chain ou empreendedorismo.

Como exemplo, Nestor Felpi, ex-diretor de supply da Natura e Avon na América Latina, Américo Pereira Filho, ex-CEO da Fedex no Brasil, e sócios da Gympass, Kovi e McKinsey.

 


Frete reverso

A LogShare tem como propósito auxiliar empresas a reduzir seus custos de logística e emissão de carbono ao resolver o problema dos caminhões que circulam vazios nas estradas e cidades.

Sua plataforma conecta rotas para otimizar o chamado frete reverso, permitindo, por exemplo, que caminhões da Heinz transportem refrigerantes da Coca-Cola em seu baú enquanto retornam a Goiás, depois de entregarem ketchups e mostardas no Nordeste.

Segundo Pedro Prado, CEO e cofundador da LogShare, em entrevista ao Pipeline, a logística ainda é pouco colaborativa, mas a pandemia tem mudado isso devido às questões de custo e sustentabilidade. Ele destaca que alguns clientes estão mais preocupados com as questões de CO2 do que com o custo.

 


Redução de 30% no custo logístico

O match de rotas consegue reduzir em média 30% do custo logístico das empresas e em 50% a emissão de carbono ao otimizar o transporte de cargas, preenchendo caminhões que iriam vazios e evitando que outros caminhões rodem na mesma rota.

Pedro Prado e Glauber Alves, os sócios, já possuíam experiência em logística, tendo trabalhado em empresas como Coca-Cola e Makro. Embora sua primeira tentativa de empreender tenha falhado devido à falta de conhecimento tecnológico, eles decidiram tentar novamente com a LogShare, trazendo à equipe Eduardo Souza, especialista em TI.

Economia colaborativa

O Grupo Pão de Açúcar foi o primeiro cliente da empresa, que abraçou o desafio lançado pelo grupo. Com 500 lojas, 40% dos caminhões do GPA iam vazios para os centros de distribuição, o que representava uma linha de custos para a empresa. A LogShare resolveu esse problema ao adotar o conceito de economia colaborativa, e o GPA acabou criando a GPA Log, que opera 100% com a plataforma da startup.

Outras empresas no segmento de logtech, como a CargoX, focam em soluções para caminhoneiros autônomos que voltam com baú vazio, mas enfrentam problemas semelhantes.

 


Software + ESG

Mais de 50% do investimento recebido pela LogShare foi proveniente da ONEVC, uma gestora de investimentos focada em empresas em early stage (estágio inicial).

Devido às condições atuais do mercado, a ONEVC tem se tornado ainda mais seletiva em seus investimentos, optando por liderar rodadas em empresas mais avançadas em termos de receita, como a LogShare, que já possui clientes de grande porte e um produto validado e em funcionamento.

“Software é uma vertical que gostamos muito, por ser escalável, e nesse caso com um componente relevante de ESG”, disse Alice Juliano, a VP da ONEVC que coordenou o investimento da logtech.

A LogShare gera receita por meio de um take rate aplicado sobre o valor do frete, que varia de acordo com a demanda interna ou externa das empresas.

De acordo com Alice, existem grandes empresas que não aproveitam essa disponibilidade de frete dentro de suas próprias distribuições devido à segregação de áreas.

 


Parceria com o Porto de Santos

A LogShare está planejando uma captação de Série A para o início do próximo ano, mas pretende fechar um investimento ponte com um investidor dos Estados Unidos antes disso.

A empresa está de olho nos caminhões que viajam vazios até os modais marítimos e fechou parceria com o Porto de Santos, onde quatro de cada cinco caminhões fazem uma parte da rota vazios

De acordo com o CEO, se esses caminhões puderem transportar cargas ao descer para recarregar no centro de distribuição, isso tornará o porto mais atrativo.

A ONEVC, que já investiu em empresas bem-sucedidas como Gympass e Creditas, também está planejando um terceiro fundo no início de 2024, no valor de cerca de R$ 250 milhões, com o sócio Bruno Yoshimura.

A gestora ainda tem recursos disponíveis em seu segundo fundo, mas reconhece a importância de continuar investindo em empresas em estágio inicial, mesmo durante crises macroeconômicas, pois é nesse ambiente que essas empresas nascem.

Além disso, a concorrência enfrenta mais dificuldades e os talentos estão mais acessíveis para as startups.

 

Com informações do Pipeline Valor Globo.

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