Logística é tema central da união entre Fleury e Pardini, que passam a ter 487 unidades e 6,6 mil clientes, além de se tornar uma empresa com 39 marcas e R$ 6,1 bilhões em receita líquida, aproximando-se da líder de mercado, Dasa (DASA3), que contabiliza 9,62 bi em ações (números referentes a 03 de agosto de 2023).
Além de maior competitividade, a fusão entre os dois gigantes da medicina diagnóstica chama atenção por gerar ganhos logísticos significativos – principalmente para o Fleury.
Aproveitamento da estrutura logística
O aproveitamento da estrutura logística do Pardini foi um tema central durante o acordo, e compôs a sinergia entre a segunda e a terceira maior empresa do setor de medicina diagnóstica, calculada entre R$ 200 milhões e R$ 220 milhões de Ebitda incremental.
Para Patrick Rocha, founder da dLieve e cofundador da ImLog, a fusão entre Fleury e Pardini representa um momento único para o setor logístico, que vem ocupando um espaço cada vez mais estratégico dentro das companhias:
“A logística mostra-se cada vez mais um pilar estratégico no mundo de negócios. A alguns anos atrás era impossível imaginar que 2 empresas de saúde colocariam a logística interna como a parte mais importante para atingirem seus objetivos e resultados. Altos executivos estão percebendo que logística não é custo, mas um fator de sucesso.”
Com uma forte atuação no segmento B2B, o Pardini atende 7 mil laboratórios, o que exigiu uma estrutura robusta, com variação de rotas e modais. Com a junção, o arranjo logístico construído ao longo dos anos passa a ser utilizado por todo o grupo. O principal modal é o rodoviário.
A nova logística envolve tecnologia, ecossistema e agilidade
Apesar da recente fusão, o Fleury já vinha se esforçando para superar gargalos logísticos.
Além de realizar testes para transportar amostras por drones, atendendo regiões mais complexas em parceria com a Speedbird, tem associação com uma empresa aérea de carga comercial para transportar o material para os grandes centros, principalmente os de Vespasiano (MG) e de São Paulo.
Embora a frota seja terceirizada, a gestão e roteirização da operação logística são feitas internamente, um conhecimento que a companhia considera estratégico – e ela não está sozinha.
Em meio a tensões globais, economia instável, guerras e resquícios de uma pandemia mundial, além de redesenhar seus processos logísticos, empresas em todo mundo estão mudando suas prioridades e metas. A reinvenção tem como objetivo alcançar a resiliência.
Embora reduzir custos seja essencial, focar em encontrar fornecedores para insumos críticos não é mais suficiente. A prioridade agora é ter uma visão completa do setor logístico, incluindo múltiplos fornecedores e acesso a demanda e ao estoque em todos os níveis e geografias.
Assim como a fusão entre Fleury e Pardini teve como maior incentivo o fator logístico, a tendência é que cada vez mais empresas comecem a enxergar na logística uma grande alavanca de crescimento, capaz de torná-las mais competitivas e atraentes para o consumidor, cada vez mais interessado em agilidade e comodidade.
Com uma cadeia complexa, mais do que nunca, o futuro exige colaboração de ponta a ponta, visando maior eficiência, qualidade e alcance.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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