Passando por dificuldades desde o ano passado, a Sequoia Logística encerrou o segundo trimestre com um prejuízo de R$ 149,3 milhões, um aumento de 5,8 vezes em relação ao mesmo período em 2022.
A receita da companhia caiu 61,5% (R$191 milhões), assim como o Ebitda, que ficou negativo em R$ 64,4 milhões, revertendo o resultado positivo de R$75,8 do ano passado.
Desde o começo de 2023, as ações acumulam queda de 66%, levando a um valor de mercado de R$ 207 milhões; a título de comparação, em setembro do ano passado, esse valor estava na casa dos R$ 894,9 milhões.
Para reverter essa situação, a empresa está fazendo ajustes na operação.
O plano de reestruturação
De acordo com Armando Marchesan, CEO da Sequoia, a situação começará a melhorar no segundo semestre:
“imaginamos que, a partir do segundo semestre, teremos a companhia equacionada para o novo tamanho de receita, nos segmentos que a gente fica e conhece bem, em que operamos de longa data e em que temos rentabilidade.”
A reestruturação começou pelo encerramento da unidade de e-commerce de produtos grandes. Segundo Marchesan, a empresa não conseguiu integrar bem o chamado mercado de “médio rodo” e “rodo pesado” a sua plataforma de logística.
A companhia entrou no segmento com a aquisição da Prime Express, há três anos.
Além da falta de integração, a redução de incentivos para a compra de produtos linha branca e marrom (o frete grátis, por exemplo), deixou a operação com altos níveis de ociosidade.
Ao encerrá-la e diminuir uma série de gastos, a empresa espera uma economia de cerca de R$112,1 milhões no primeiro semestre, principalmente pela redução de bases e centros de distribuição, como também de corte de pessoal e serviços terceirizados.
Além disso, com ajustes adicionais entre custos fixos, variáveis, instalações prediais, despesas gerais e administrativas, projeta uma redução de mais de R$22,7 milhões no segundo semestre.
Novo foco da Sequoia
Com as mudanças, a companhia focou em três frentes:
- Expresso: serviço para clientes que precisam chegar rapidamente aos seus destinos;
- Field services: prestação de serviços de armazém, separação de pedidos e expedição;
- Encomendas: realização do first mile ao last mile, coletando produtos com sellers dos marketplaces e entregando ao consumidor final.
Enquanto os dois primeiros tiveram aumentos de 18% a 5% na receita bruta no segundo trimestre, respectivamente, o terceiro recuou cerca de 45% – em parte por conta do fim do segmento de pesados.
Segundo o CEO, a implementação deve ser suave, pelo menos por agora. Depois de atingir baixos níveis de faturamento em junho e julho, a empresa deve ter um faturamento adicional de R$ 12 milhões em agosto, que se deve a 36 novas rotas e serviços contratados.
Apesar dos esforços, a situação segue complexa
Segundo Marchesan, a empresa conseguiu equacionar a situação com a chegada de R$ 99 milhões, fruto de um aumento de capital anunciado em abril, que ajudou a elevar o caixa da companhia de R$ 62,9 milhões para R$ 89,4 milhões.
Embora o plano de retomada esteja estruturado, a situação ainda é delicada.
O endividamento da Sequoia subiu 7,5% entre os trimestres, e a relação entre a dívida líquida e o Ebtida foi de 3,2 vezes para 7,6 vezes, forçando a convocação de uma assembleia de debenturistas para aprovar um waiver ao cumprimento do índice financeiro do terceiro trimestre.
“O ponto agora é o equilíbrio operacional, sair fortalecido na prestação de serviço aos nossos clientes. Esse é o nosso foco e energia agora”, completa o CEO.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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