A digitalização vem ganhando cada vez mais espaço na logística, no entanto, muitas empresas ainda têm dificuldade quando o assunto é capacitação. As informações são do Mundo Logística.
De acordo com pesquisa realizada durante o “Diálogos”, evento promovido pela nstech, 62,2% dos executivos consideram a capacitação de colaboradores como a maior dificuldade para adesão de novas tecnologias no setor.
Com participação de executivos de companhias como DHL, Nestlé e Pfizer, a pesquisa também revelou que metade das empresas não está pronta para mudanças que a adoção de IA pode provocar no setor.
O levantamento descobriu que 3 em cada 4 empresas não têm visão clara a respeito das necessidades para o uso de inteligência artificial em suas operações e apenas 25% têm senso de urgência para implementar iniciativas baseadas em IA.
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Principais desafios da IA
Alguns dos principais entraves na hora da implementação de IA na logística, são:
- Falta de digitalização
- Silos organizacionais
- Cultura organizacional
Em outras palavras, muitas empresas tradicionais têm dificuldade de enxergar valor no investimento, não têm sistemas de gerenciamento de dados adequados para processar um grande volume de dados, e por fim, resistência a mudanças.
Inteligência artificial no supply chain
Nos últimos anos, as cadeias de suprimentos evoluíram, assim como sua gestão. Fluxos físicos mais longos e cada vez mais interligados, amplo portfólio de produtos e busca por maior sustentabilidade, exigem das empresas mais agilidade e flexibilidade do que nunca.
Nesse cenário, soluções baseadas em tecnologia como IA tornam-se instrumentos poderosos para as companhias enfrentarem múltiplos desafios, focando principalmente, em criar uma logística integrada – das compras até as vendas.
A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados, compreender relacionamentos, fornecer visibilidade às operações e apoiar uma melhor tomada de decisões é uma grande oportunidade para o negócios, porém, para aproveitá-la ao máximo partido as empresas devem tomar medidas organizacionais capazes de capturar e usar todo esse valor.
A cadeia de suprimentos une múltiplas funções, incluindo logística, produção, compras, marketing e vendas. O uso da tecnologia permite um planejamento mais integrado entre cada uma das frentes, equilibrando as compensações entre funções e otimizando os lucros.
Embora muitas empresas achem o contrário, muitas soluções baseadas em IA estão disponíveis e acessíveis para alcançar um desempenho de nível superior na gestão da cadeia.
De acordo com a consultoria Mckinsey, os recursos disponíveis incluem “modelos de previsão de demanda, transparência de ponta a ponta, planejamento de negócios integrado, otimização de planejamento dinâmico e automação do fluxo físico – todos baseados em modelos de previsão e análise de correlação para compreender melhor as causas e efeitos nas cadeias de suprimentos.”
A implementação bem-sucedida da IA permitiu que os primeiros adotantes melhorassem os custos logísticos em 15%, os níveis de estoque em 35% e os níveis de serviço em 65%, em comparação com aqueles que adotaram mais tarde.
A transformação digital no Brasil
A dificuldade de implementar soluções baseadas em IA é um reflexo de um processo muito mais complexo de digitalização, no entanto, está começando a avançar no país.
A pesquisa TIC Empresas – 2021 realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, é realizada a mais de 15 anos e em seu diagnóstico mais recente indicou que além de estarem mais digitais, as empresas brasileiras estão se aproximando de tecnologias como IA e IoT.
Esse movimento é importante para o cenário nacional, afinal, de acordo com outro levantamento feito pela Mckinsey, empresas líderes em maturidade digital no Brasil alcançam uma taxa de crescimento do EBITA até 3 vezes maior que as demais empresas, – globalmente, os líderes digitais cresceram 5 vezes mais.
Apesar de buzzword, muitas companhias ainda tem duvidas sobre o que é ser digital. As transformações digitais podem ser caracterizadas por acionar alguma das alavancas a seguir:
- Modelos de negócio (novas formas de operar e novos modelos econômicos);
- Conectividade (engajamento em tempo real);
- Processos (foco na experiência do cliente, automação e agilidade)
- Analytics (melhor tomada de decisão e cultura de dados)
No entanto, para capturar o valor criado por essas alavancas, é necessário associá-las a uma boa gestão.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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