A logística é um setor crucial para o funcionamento eficiente de diversas empresas, mas também é responsável por uma parcela significativa das emissões de dióxido de carbono (CO2).
De acordo com o IEA, os transportes têm a maior dependência de combustíveis fósseis do que qualquer setor e foram responsáveis por 37% das emissões de CO2 dos setores de uso final em 2021.
No entanto, a RoutEasy, uma startup que oferece soluções de logística, está utilizando a inteligência artificial (IA) para enfrentar esse desafio.
Com seu algoritmo genético e abordagem inovadora, a logtech conseguiu, em uma das maiores distribuidoras de gás e energia do Brasil, a Ultragaz, não só a diminuição de 7,5% de emissão de CO2, como também de 80% de horas extras da equipe, além de reduzir 4% dos custos operacionais e de 8% do combustível, segundo levantamento realizado pela IT Forum.
Para Caio Reina, CEO e fundador da companhia: “A tendência é que este movimento se intensifique, uma vez que trouxe benefícios grandes e reais para as empresas e sociedade”.
Mas como isso se tornou possível e quais os planos da RoutEasy para o futuro?
O algoritmo genético que faz a diferença
Um dos diferenciais da RoutEasy é o uso de um algoritmo genético, desenvolvido por Caio Reina durante seu projeto de mestrado. Esse algoritmo é responsável pela otimização de rotas, tornando a logística de distribuição mais eficiente.
Ao implementar essa tecnologia, a startup conseguiu dar tração e velocidade na resolução de problemas que antes levavam horas para serem resolvidos.
Em sua essência, o algoritmo genético é baseado em três pilares principais que funcionam de maneira integrada: o próprio algoritmo genético, uma plataforma de monitoramento em nuvem e uma gestão analítica em tempo real.
Em termos de IA, a RoutEasy também está explorando o uso do ChatGPT em tempo real para analisar informações de trânsito, clima e horários de pico em determinadas regiões, a fim de fazer ajustes nas rotas com base nessas variáveis importantes.
Afinal, essa tecnologia também tem o potencial de ser empregada no gerenciamento de estoques, evitando que a demanda supere a capacidade de armazenamento.
“A IA entra para otimizar e integrar processos, atribuindo maior produtividade e menor custo de entrega, além da garantia da qualidade do serviço que chega ao consumidor final. Além disso, a IA também é uma aliada na análise de informações, como características das mercadorias, restrições dos clientes e disponibilidade de veículos”.
Caio Reina
CEO e fundador da RoutEasy
Os benefícios para os clientes e os entregadores
Com a tecnologia da RoutEasy, os clientes da startup podem obter economia de até 40% em seus processos logísticos, além de aumentar a eficiência e a produtividade dos entregadores.
A organização atende diversos setores e tamanhos de empresas, com foco principal no e-commerce e no varejo. Entre os seus clientes estão mais de 300 companhias, como: Shopee, Zé Delivery Royal Canin, Rodonaves, GPA Magalu, Obramax e DHL.
Além disso, aplicativos de entrega e empresas de motoboys, como iFood e Loggi, também podem se beneficiar dos serviços oferecidos pela RoutEasy por meio de sua API, integrando a interface da companhia com suas próprias plataformas.
A tecnologia da RoutEasy também impacta de maneira positiva o trabalho do entregador. Com rotas otimizadas e maior controle sobre sua jornada de trabalho, os entregadores podem realizar mais entregas em menos tempo, tornando seu trabalho mais eficiente e produtivo.
A história da RoutEasy
Idealizada em 2009, como projeto de mestrado do fundador e CEO Caio Reina na Poli-USP, e consolidada em 2015, com a integração do seu algoritmo à plataforma web, a RoutEasy é uma plataforma de otimização last mile com foco em roteirização, torre de controle, aplicativo para o motorista e visibilidade para o cliente final.
Em linhas gerais, a companhia atua na gestão (monitoramento das etapas do abastecimento de clientes e recebimento de alertas em tempo real), otimização (roteirização mais inteligente, o que ajuda na diminuição de custos e na distância total percorrida) e orquestração, que podem, inclusive, apoiar métricas de ESG das empresas.
Em 2022, a logtech anunciou o fechamento de uma parceria com a Nstech (ecossistema conectado de tecnologia para logística e mobilidade com um faturamento recorrente anual de R$ 650 milhões), com o objetivo de agilizar os processos e tornar a cadeia logística mais competitiva.
Dados trazidos pela Exame, mostram que, com um crescimento acelerado, a RoutEasy, no ano passado, registrou quase 100% de aumento em relação a 2021, com mais de 100 milhões de entregas. Além disso, monitorou mais de R$ 1,3 trilhão em valor de carga anualmente e alcançou um total de mais de R$ 12,1 trilhões em cargas averbadas. A nstech possui o maior banco de dados do país, com mais de 2 milhões de motoristas cadastrados.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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