Mesmo sem confirmação oficial, estima-se que, em breve, as buscas pelos produtos da Amazon serão feitas através de um buscador desenvolvido por IA generativa. Seria mais um esforço da gigante do marketplace para melhorar a experiência do cliente através da tecnologia.
Em entrevista à Época Negócios, Leandro de Paula, diretor de Tecnologia para a América Latina não confirmou a possível iniciativa, mas disse que “com o tempo, vamos ver cada vez mais interações com clientes feitas por modelos de linguagem. É a evolução natural.”
Segundo o diretor, o próximo passo seria algo mais intuitivo para melhorar a experiência. “Com o e-commerce se portando como um vendedor. O cliente diz apenas que quer um tênis moderno de couro preto, e o site faz o resto. Mas não sei dizer quando ou como isso vai acontecer.”
Embora não esteja confirmado, os recentes investimentos da companhia em IA e seu longo histórico tech, fortalecem as suposições.
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Amazon foi uma das empresas pioneiras no uso de machine learning
Em meados dos anos 90, a empresa comprou um serviço online chamado PlanetAll, conhecido como o primeiro site de rede social da internet.
O PlanetAll foi comprado pela Amazon para fazer o cruzamento das vendas de livros com o código postal e email dos compradores. Assim o desenvolvimento dos algoritmos da empresa começou, usados inicialmente para melhorar as recomendações de produtos aos clientes.
Portanto, desde 1995, a Amazon analisa a experiência interativa dados de navegação dos usuários para recomendar itens.
Como a Amazon usa inteligência artificial hoje
De acordo com Leandro, a evolução da tecnologia permitiu que a Amazon encontrasse diferentes aplicações e novas interfaces: “o uso de redes neurais permitiu um avanço muito rápido da tecnologia. O crescimento do poder computacional fez com que pudéssemos encontrar aplicações mais práticas para essas redes neurais.”
Da descrição do produto ao controle do estoque, passando pela forma como os clientes pesquisam os produtos na plataforma, a Amazon usa IA para beneficiar consumidores e vendedores parceiros.
Enquanto os modelos de linguagem geram textos a partir de uma foto e alguns dados sobre o produto, o uso de tecnologia na exposição dos produtos também impactou o consumidor e as vendas.
Antes, o cadastro de itens podia sair duplicado, já que era feito às vezes por vendedores, outras por fornecedores, gerando múltiplos resultados na pesquisa. Assim, quando o cliente buscava um produto com uma cor específica, por exemplo, os primeiros resultados poderiam não mostrar a cor desejada devido aos múltiplos cadastros. A situação poderia desestimular o cliente a comprar.
Segundo Leandro, “o novo sistema detecta pelas fotos e pela descrição tudo o que está duplicado”, o que permite que o cliente veja somente um resultado com diferentes cores e tamanho. Além disso, dependendo da escolha, o sistema direciona para o vendedor mais adequado.
Para lidar com tecnologias emergentes, a Amazon utiliza um modelo de inovação ágil, com times de oito pessoas com diferentes perfis.
Avanços logísticos
Além das aplicações já citadas, o uso de machine learning também impactou na logística.
Há dois anos, a Amazon usa o aprendizado de máquina para calcular como o cliente pode receber o produto no menor prazo possível e com a menor taxa de imposto. Atualmente, o sistema é capaz de agir proativamente transferindo os produtos entre os armazéns e as estações de entrega em tempo real, de acordo com a localização da demanda real e prevista.
IA generativa: a estratégia da Amazon está indo na contramão do mercado?
Ao contrário de empresas como OpenAI e Google, a Amazon não lançou um chatbot, pelo contrário. A companhia optou por ofertar ferramentas que permitissem que as empresas criassem seus próprios modelos de linguagem.
Por trás da estratégia, há uma visão de expandir os serviços da Amazon Web Services (AWS).
“Dessa maneira, os clientes contam com a facilidade de uso de configuração, uma documentação muito bem-feita e uma série de componentes prontos que podem ser usados. Eles podem tanto montar um modelo do zero quanto utilizar as ferramentas que estamos propondo. Há ainda um produto chamado CodeWhisperer, que facilita a criação e desenvolvimento de outros sistemas, criando códigos com mais rapidez”, completa Leandro.
Tanto a Amazon Web Services quanto a IA Generativa parecem ser fundamentais para o futuro da companhia, afinal ambas estão recebendo altos investimentos.
AWS e IA generativa: quanto a Amazon investe em tecnologia e inovação?
Recentemente, a bigtech anunciou que pretende investir até US$ 4 bilhões na empresa de inteligência artificial Anthropic. Segundo especialistas, a parceria exemplifica o crescente interesse de empresas de tecnologia em IA.
No acordo, a AWS se tornará o “principal” provedor de nuvem da Anthropic, que por sua vez usará a plataforma da Amazon para fazer “a maior parte” do desenvolvimento de seu modelo de inteligência artificial e pesquisa sobre segurança da tecnologia.
Em junho deste ano, a Amazon Web Services declarou um investimento de US$ 100 milhões em um centro de inovação dedicado à IA Generativa.
O objetivo é conectar os especialistas em inteligência artificial e machine learning da empresa com clientes de diferentes setores. Outro ponto crucial dessa iniciativa é facilitar a criação de novos produtos, serviços e processos utilizando IA Generativa.
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Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.
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