Shein: o que tem por trás da varejista que ganhou o mundo?

Velocidade, inovação e experiência do cliente são os focos da empresa que podem inspirar você a conquistar um lugar de destaque no varejo on-line.

O varejo de moda é um dos setores mais dinâmicos e competitivos, afinal, as tendências aparecem e desaparecem o tempo todo. Apenas as empresas mais eficientes conseguem acompanhar essas mudanças na mesma velocidade.

Uma delas é a Shein. Comparada frequentemente com a popularidade do TikTok, é um dos principais varejistas de comércio eletrônico da atualidade. Combinando técnicas de marketing inovadoras e um modelo de negócios eficiente, a empresa tem crescido de forma surpreendente.

#ParaFicarDeOlho: com quase 30% do negócio de moda online nos Estados Unidos, a gigante chinesa ameaça ultrapassar marcas tradicionais, como Zara e H&M.

Vamos acompanhar a linha do tempo e conhecer suas estratégias!

2008 – Nasce uma estrela

Fundada em outubro de 2008, a companhia foi criada pelo empresário americano de origem chinesa Chris Xu.

A empresa nasceu como ZZKKO e fabricava vestidos de noiva, terceirizando trabalhos para vários designers emergentes, que tiveram a chance de mostrar seus talentos nesse grande palco. Depois, seu nome foi mudado para Sheinside.

2014 – Agora, sim: Shein

Para melhorar a experiência do usuário em seus sites, Chris Xu mudou de Sheinside para Shein, nome mais curto e fácil para os clientes reconhecerem, lembrarem e buscarem na internet.

Embora muitos acreditem que essa mudança não foi importante, alguns estudiosos acham que o rebranding ajudou a tornar a empresa mais atraente para seu público-alvo. Seja qual for o caso, a atenção aos detalhes ajudou a marca em sua ascensão astronômica. 

2016 – Chegando no Oriente Médio

Não se restringindo apenas aos mercados de moda ocidentais, a Shein partiu também para o Oriente Médio, oferecendo roupas estilo “árabe moderno”, sem perder a cultura da região. 

Como faz em outros lugares, também fechou parceria com celebridades locais para promover seus produtos. Nos Estados Unidos, por exemplo, contratou Lil Nas X, Hailey Bieber e Katy Perry. 

Em 2022, lançou uma coleção em colaboração com Moha, celebridade da moda árabe, com roupas masculinas para duas categorias de idade.

A empresa demonstrou versatilidade na produção de roupas para consumidores de várias culturas e climas. O resultado dessa mudança foi um grande sucesso. Somente em 2016, faturou 200 milhões de renminbi (moeda oficial da China) com vendas regionais. 

2020 a 2021 – O legado da pandemia

A covid-19 e a restrição de mobilidade paralisaram algumas empresas por meses. No entanto, para aquelas que atuam no comércio eletrônico, foi um grande impulso para as vendas. 

Com os compradores presos em casas e forçados a comprar online, a empresa registrou vendas de mais de US$ 10 bilhões, quebrando todos os recordes anteriores.

E mesmo quando acabaram as restrições, as pessoas continuaram a comprar roupas pela internet, afinal, precisavam voltar ao trabalho presencial. 

Janeiro de 2021 – Incentivo aos jovens empreendedores

A empresa criou o programa “Shein X” para capacitar e treinar jovens artistas de moda, que recebem orientação e apoio financeiro para iniciar suas próprias startups.

Os participantes podem compartilhar os lucros e manter a propriedade de seus projetos. “Um pilar central do modelo de negócios da marca é capacitar os empreendedores. O programa os ajuda a elevar suas marcas no cenário global”, declara Molly Miao, diretora de operações da Shein. 

Dois anos após o lançamento, a empresa investiu US$ 55 milhões para treinar cerca de 3.000 pessoas e planeja adicionar mais 1.000 estagiários ao programa este ano.

O Shein X está em linha com a estratégia da empresa de se conectar com a audiência jovem, que representa a maior parte de seu público-alvo e vendas.

Maio de 2021 – O aplicativo com mais downloads nos EUA

A Shein adotou com sucesso a estratégia de otimização de mecanismo de busca, semelhante às empresas de varejo americanas, para expandir seus negócios nos Estados Unidos.

Seu aplicativo alcançou o primeiro lugar na loja de aplicativos para iPhone em maio de 2021, superando o Facebook e o TikTok. A empresa usa a gamificação e preços acessíveis para atrair clientes, especialmente jovens da Geração Z.

Por exemplo, recompensa seus clientes com “pontos” quando eles realizam tarefas, como acessar o aplicativo regularmente e participar de transmissões ao vivo. Toda a experiência de compra é apresentada como uma experiência prazerosa e divertida, e não como uma transação comercial. 

Os clientes também são cativados pela estratégia de preços. A empresa tornou-se conhecida por seus produtos de preço relativamente baixo e usa isso a seu favor.

Sob a hashtag “Shein haul”, os influenciadores de mídia social exibem vários itens de roupa que afirmam ter comprado da Shein por preços baratos.

As estratégias de marketing utilizadas foram eficazes tanto para manter a fidelidade dos clientes quanto para apresentar a empresa de forma positiva para novos potenciais consumidores.

Junho de 2021 – 28% de participação no mercado

No mundo da moda pós-covid-19, a Shein surpreendeu com sua estratégia de marketing focada nos jovens que usam celular.

Em janeiro de 2021, a empresa tinha só 10% do mercado, atrás de marcas como H&M. Mas em junho deste ano, já tinha crescido mais de 150% e conquistado 28% do mercado de moda online dos Estados Unidos. 

Março de 2022 – Avaliada em 100 bilhões de dólares

No ano passado, a Shein foi avaliada em US$ 100 bilhões depois de levantar US$ 500 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela Sequoia Capital China. Isso a colocou entre as empresas privadas mais valiosas do mundo, superando Zara e H&M. 

De acordo com um relatório do Morgan Stanley citado pelo The Washington Post, a Shein poderia gerar uma receita de $ 20 bilhões em 2022. Sua estratégia envolve a utilização de dados para criar estilos da moda a cada temporada, ao mesmo tempo em que aproveita as brechas fiscais para beneficiar seu desempenho financeiro, diz a Bloomberg.

Janeiro de 2023 – Expansão do programa de incubadora

Como já falado, a Shein lançou um programa de incubadora de talentos em 2021. Em janeiro deste ano, divulgou o plano de expansão do programa, trazendo mil novos designers.

O que os concorrentes podem aprender com seu exemplo?

Uma das principais armas de Shein é a política de reação rápida. Seus analistas monitoram as principais tendências da moda e, com essas informações, a empresa projeta e entrega os designs de moda mais procurados de maneira rápida e eficiente. 

Além disso, as técnicas de marketing também a ajudaram a se destacar. A companhia faz parceria com influenciadores de mídia social em sites visitados por jovens, como o TikTok, para anunciar os produtos da empresa sob hashtags como “Shein haul” e “Shein”. 

E, ainda, oferece variedade maior de roupas do que alguns de seus concorrentes, voltadas para todos os tipos e tamanhos de corpo a custos mais baixos.

Sua trajetória ascendente destaca a importância da digitalização e da adoção de ferramentas inovadoras e estratégias tanto de marketing quanto de logística.

Fórmula do sucesso

A estratégia de varejo da Shein oferece insights valiosos para empresas que buscam sucesso no mundo competitivo do comércio eletrônico.

Aproveitando a mídia social, a análise de dados e o fast fashion, a Shein criou uma fórmula vencedora para atrair clientes e conquistar sua posição no topo.

O foco em velocidade, inovação e experiência do cliente ajudou a marca a se tornar um dos varejistas de moda on-line mais bem-sucedidos do mundo.

Conhecendo as estratégias e aprendendo com o sucesso da Shein, outras empresas podem aplicar iniciativas semelhantes em suas próprias operações de varejo e também conquistar o sucesso no mercado digital.

Com informações de matéria publicada na Parcel Monitor.

No entanto…

Nem tudo são flores, a asiática é cercada por polêmicas trabalhistas em todo o mundo, o que não deve ser esquecido.

Em outubro do ano passado, o canal britânico Channel 4 realizou uma investigação em fábricas terceirizadas pela Shein, revelando a presença de trabalho análogo ao escravo.

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