As vendas totais registradas no e-commerce brasileiro atingiram R$ 40 bilhões no 1º trimestre de 2023. Os dados, da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), revelam uma queda de 4,3% em relação ao período anterior.
No entanto, nos próximos meses, a projeção de crescimento é maior, especialmente no segundo semestre, de acordo com a entidade.
A previsão é que o faturamento alcance R$ 172 bilhões até o final do ano. Apesar disso, a expectativa de crescimento para 2023 é tímida, de cerca de 1,5%.
Atualmente, as compras pela internet representam mais de 10% de todo o segmento do varejo nacional, segundo levantamento da ABComm.
Para Mauricio Salvador, presidente da associação, o baixo crescimento nas vendas nos primeiros meses do ano se deve a um conjunto de fatores, como a incerteza em relação à economia, incluindo a aprovação de pacotes fiscais e outros temas que impactam o segmento.
A redução no faturamento de empresas que enfrentaram problemas no balanço, a questão fiscal que afetou companhias estrangeiras e a manutenção dos juros que prejudicou as vendas a prazo são alguns dos motivos por trás dessa queda.
“Apesar dos desafios, acreditamos que haverá recuperação nos próximos meses”, expõe o executivo.
Compras online crescem 5% em 2022
Já as vendas totais registradas no e-commerce brasileiro em 2022 chegaram a R$ 169,6 bilhões, segundo a ABComm, representando um crescimento de 5% em relação ao ano anterior.
Foram cerca de 368,7 milhões de pedidos e um ticket médio de R$ 460 por cliente no ano passado.
Os destaques de vendas foram nos segmentos de eletrodomésticos, telefonia, eletrônicos, casa e decoração, informática e moda.
O setor de alimentos e bebidas também registrou crescimento no período, influenciado pelos jogos da Copa do Mundo. Essa peculiaridade de 2022 impactou positivamente o número de pedidos, porém diminuiu o preço das vendas.
Veja abaixo os resultados gerais de grandes empresas que atuam no e-commerce e depois acompanhe os dados individuais, incluindo números específicos de cada uma sobre o comércio eletrônico.
Amazon reverte prejuízo e receita cresce 9%
A Amazon registrou lucro líquido de US$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2023. Com esse resultado, a companhia reverteu o prejuízo de US$ 3,84 bilhões registrado um ano antes. O lucro diluído por ação ficou em 31 centavos de dólar.
O lucro operacional da companhia foi de US$ 4,77 bilhões, com alta de 30% em bases anuais, com destaque para o resultado da divisão AWS, de serviços de computação em nuvem.
A receita da companhia cresceu 9%, para US$ 127,4 bilhões, e ficou acima das expectativas do mercado. O consenso Refinitiv previa algo em torno de US$ 124,5 bilhões.
Já a receita com publicidade foi de US$ 9,5 bilhões, também superando as estimativas do mercado.
Para o segundo trimestre deste ano, a empresa prevê vendas entre US$ 127 bilhões e US$ 133 bilhões. O guidance para o lucro operacional do período ficou entre US$ 2 bilhões a US$ 5,5 bilhões.
Magazine Luiza repete prejuízo
O Magazine Luiza registrou prejuízo líquido de R$ 391,2 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), perda 142,5% maior na base de comparação anual.
Já o Ebitda foi de R$ 324,1 milhões, queda de 4,5% na mesma base de comparação. A margem Ebitda registrou baixa de 0,3 p.p., indo de 3,9% para R$ 3,6%.
Em termos ajustados, o lucro líquido foi de R$ 309,4 milhões, avanço de 213% entre o 1T22 e o 1T23, enquanto o Ebitda subiu 3,2%, a R$ 448 milhões, e a margem Ebitda caiu 0,1 p.p., para 4,9%.
Nesse cálculo, a empresa exclui despesas não recorrentes relacionadas, principalmente, a fechamentos de quiosques nas lojas da varejista de moda Marisa, um centro de distribuição.
Projeções compiladas pela Refinitiv apontavam prejuízo líquido de R$ 175,1 milhões, Ebitda de R$ 497,72 milhões e receita de R$ 9,2 bilhões para o período.
A receita líquida avançou 3,5% no mesmo período, para R$ 9,067 bilhões. A receita bruta foi de R$ 11,3 bilhões, com alta de 6,9% sobre o mesmo período de 2022.
A varejista registrou um crescimento de 10,1% no faturamento total, incluindo marketplace, para R$ 15,55 bilhões.
As vendas do comércio eletrônico, também incluindo marketplace, cresceram 11,1% no trimestre encerrado em março, para R$ 11 bilhões.
Houve um crescimento de 7,5% nas lojas físicas. Já no digital, a alta foi puxada por crescimento de 19,4% no marketplace e vendas de 4,4 bilhões.
Mercado Livre tem lucro três vezes maior
O Mercado Livre teve um salto de 208,5% no lucro líquido no primeiro trimestre frente a igual período do ano passado, com avanço de receitas apesar de maiores custos, em especial com tecnologia.
O Mercado Livre, que opera um marketplace de mesmo nome e uma fintech, o Mercado Pago, teve lucro líquido de 201,4 milhões de dólares de janeiro ao final de março, contra expectativa média de analistas de lucro de 161 milhões, segundo dados compilados pela Refinitiv.
O Ebitda foi de 340 milhões de dólares, crescimento de 145% contra igual etapa de 2022. A margem Ebitda foi de 11,2% no trimestre, ante 6,2% um ano antes.
A receita total da companhia ficou em 3 bilhões de dólares, uma alta 35,1% (58,4% em moeda constante) na base anual. Analistas, em média, projetavam receita de 2,87 bilhões de dólares.
No negócio de comércio eletrônico, a receita teve alta de 31,2% (53,9% em moeda constante), a 1,68 bilhão de dólares, diante de um volume de vendas medido pelo conceito GMV de 9,4 bilhões de dólares, aumento de 23,1% ano a ano.
VIA registra prejuízo, mas tem alta no lucro bruto
Dona das marcas Casas Bahia e Ponto, a VIA teve um prejuízo líquido de R$ 297 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro de R$ 18 milhões do igual intervalo do ano passado.
Já Ebitda ajustado foi de R$ 675 milhões, praticamente em linha com os R$ 673 milhões de 2022. Na receita líquida, foram R$ 7,3 bilhões, ante R$ 7,6 bilhões do consenso Refinitiv e R$ 7,39 bilhões um ano antes.
A varejista registrou um volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) crescendo 10,3% nas lojas físicas, chegando a R$ 5,5 bilhões. Do outro lado, o segmento online recuou 12%, para R$ 3,3 bilhões.
No online, registrou no seu negócio próprio (1P) uma redução de 15% do GMV, que ficou em R$ 3,4 bilhões.
No marketplace (3P), com presença de parceiros, contudo, houve crescimento de 25,6%, com o GMV chegando a R$ 1,5 bilhão.
Apesar da receita em queda, seu lucro bruto, que subtrai do faturamento os gastos com produtos vendidos, avançou 3,7%, chegando a R$ 2,3 bilhões.
Com informações da InfoMoney.
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