A pandemia obrigou o varejo a se reinventar, e a Track&Field aproveitou a oportunidade para acelerar um plano que já estava em gestação: transformar as lojas físicas em pequenos centros de distribuição para o e-commerce – os miniCDs.
O modelo conhecido como ship from store ajuda as redes a entregar com maior rapidez, a partir da unidade mais próxima do cliente. Esse arranjo logístico também foi adotado por varejistas de eletrônicos e alimentos, e tem se mostrado eficiente mesmo após o fim da pandemia.
Na Track&Field, o novo modelo supera com folga o volume entregue pelo antigo e único centro de distribuição da companhia, localizado em Osasco, SP.
No primeiro trimestre deste ano, 81% dos pedidos do e-commerce foram enviados a partir das lojas físicas.
Um ano antes, era meio a meio entre lojas e CD, que agora está mais focado em abastecer os pontos de venda.
Mais um canal para negócios
A implementação do modelo dos miniCDs não foi simples, já que 84% da rede da Track&Field é formada por franquias, que poderiam encarar a loja online da marca como um concorrente direto.
“Mas o franqueado começou a ver que o e-commerce estava sendo um canal a mais de geração de negócio para a sua unidade, já que a entrega estava saindo de lá e sendo faturada lá”, diz Fernando Tracanella, CFO da companhia.
A promessa de entrega mais rápida com o ship from store tem se realizado. Hoje, 83% dos pedidos chegam aos consumidores em até dois dias, segundo a empresa.
Das 334 lojas da rede, 22 contam com um estoque mais robusto, o suficiente para habilitá-las a fazer entregas para todo o território nacional.
Faturamento cresceu 17,7%
A estratégia tem ajudado a Track&Field a atravessar esse momento de juros altos no país, que em geral são prejudiciais para varejistas.
Em balanço divulgado na última quinta-feira (11/05), a companhia viu o faturamento somado de todos os canais de venda – lojas próprias, franquias e e-commerce – crescer 17,7% no primeiro trimestre, na comparação anual, chegando a R$ 246,4 milhões, enquanto a receita líquida teve avanço de 25,9%, para R$ 141,7 milhões.
O lucro líquido ajustado teve aumento de 25,7%, para R$ 26,6 milhões, e o Ebitda ajustado saltou 20,7%, para R$ 33,4 milhões.
Para Tracanella, a empresa continuará em expansão, apesar do cenário macroeconômico pouco animador para os próximos trimestres.
“Nos beneficiamos de tendências de consumo que se fortaleceram com a pandemia, com as pessoas praticando mais esportes e procurando roupas mais confortáveis, aumentando nosso mercado endereçável. Além disso, nossa base de clientes é muito fiel e faz parte de um segmento que depende menos de financiamento para o consumo”, afirma.
Vitrine infinita
Além dos miniCDs, a Track&Field também está maturando outras iniciativas lançadas no começo deste ano, como a criação da chamada vitrine infinita.
Com esse sistema, as lojas físicas podem conferir os estoques de outras unidades para informar ao cliente onde encontrar um determinado produto.
A ideia é evitar que vendas sejam perdidas por falta de estoque em uma loja, com um modelo em que a unidade que encaminhou fatura a venda e a que tem o produto fica com a comissão.
Atualmente, 56 unidades já operam com esse sistema, que começou com as 40 próprias e depois passou a ser expandido para os franqueados.
Além disso, a empresa também está investindo em um marketplace chamado TF Mall, esperando atrair marcas que tenham produtos complementares e convergentes com o público da Track&Field.
Parceiros como a Apple e a Samsung já estão presentes no TF Mall, vendendo seus smartwatches.
Com informações do Pipeline Negócios, do Valor Econômico.
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