Em fevereiro, o tráfego das plataformas de comércio eletrônico teve queda de quase 15%, o pior resultado do ano e uma das maiores reduções dos últimos meses, segundo relatório da Conversion, maior agência de Search Engine Optimization (SEO) no Brasil.
Este foi o quarto mês consecutivo de queda, contrariando as expectativas do mercado. Entre novembro e fevereiro, o número de visitantes únicos caiu 19,6%, passando de 2,6 bilhões para 2,13 bilhões.
O desempenho do comércio eletrônico foi influenciado principalmente pelos acessos via dispositivos web, que caíram 17,3% entre janeiro e fevereiro, e também pelo período de carnaval, menos favorável para as vendas online.
Essa queda foi tão significativa que, pela primeira vez, nenhum setor registrou crescimento durante o período. Os segmentos com resultados relativamente melhores foram Comidas e Bebidas (-3,6%), Pet (-7%) e Importados (-7,3%).
Por outro lado, os setores com quedas mais expressivas foram Turismo (-26,5%), Cosméticos (-22,1%) e Esportes (-17,8%). O setor de marketplaces, que é o mais robusto do relatório, refletiu o resultado geral e também teve queda de 15% em fevereiro, retornando para a marca de milhões após quatro meses com desempenho acima de 1 bilhão de visitantes.
Marketplaces afetados
As principais plataformas do e-commerce brasileiro também foram impactadas. O Mercado Livre perdeu 10% do seu tráfego ao longo do mês, a Shopee 11%, a Amazon Brasil 14% e a Magalu 15%.
O maior impacto foi das Americanas, que fechou fevereiro com 69 milhões de acessos, deixando a quinta posição das plataformas mais acessadas para a AliExpress, com 72 milhões de visitas.
Segundo Diego Ivo, CEO da Conversion, esse resultado é consequência do atual momento econômico, marcado por famílias endividadas, juros altos e, consequentemente, desaceleração do consumo. “Não era uma queda esperada, mas ela demonstra como as pessoas estão se comportando em relação ao consumo de bens não essenciais”, diz.
Boas perspectivas
Porém, as previsões são de que o e-commerce volte a crescer na Páscoa e no Dia das Mães. “Os desempenhos negativos dos últimos meses acabam jogando as expectativas para as próximas grandes datas comemorativas”, expõe Ivo.
No Share of Search, parcela de busca de uma marca dentro da categoria de consumo em que ela atua, o líder absoluto é a Stanley (Presentes & Flores), que somou 52% das buscas do setor no Google. No mercado de importados, Amazon tem 51% e Shein 30%. No setor de Pet, Petz registra 39% e Cobasi 31%.
Impactos na logística
A diminuição no tráfego das plataformas de comércio eletrônico pode impactar a demanda pelos serviços de entrega e a estratégia de estoque. Por isso, é importante que as empresas de logística adotem uma estrutura eficiente para análise de dados.
Com isso, elas podem monitorar os níveis de estoque em tempo real, identificando a necessidade de ajustes. Isso garante que os produtos estejam disponíveis quando os clientes precisarem, evitando atrasos e cancelamentos de pedidos.
A tecnologia é uma aliada de peso nas operações logísticas, mas lembre-se de que só ela não basta. É a gestão de dados que permite analisar o cenário atual, acertar as velas e mudar o rumo, se preciso. Mantenha a equipe alinhada e motivada!
Também vale aqui buscar a colaboração entre fornecedores, transportadoras e outros parceiros da cadeia de suprimentos:
- Compartilhar informações de previsão de demanda
- Planejar em conjunto
- Estabelecer acordos de serviço que possam se adaptar às flutuações da demanda.
Agora, reflita: como sua empresa lida com as variações de demanda?
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