Problemas de fornecimento da China trazem risco para a cadeia de suprimentos mundial

Relatório da Everstream atribuiu uma pontuação de risco de 90% à possibilidade de atrasos e cancelamentos de fornecedores com base na China.
porto fornecimento da China
porto fornecimento da China

Segundo o relatório anual de riscos da empresa de análise Everstream, a falta de fornecimento dos fabricantes chineses é a principal fonte de risco na cadeia de suprimentos em 2023.

A análise atribuiu uma pontuação de risco de 90% à possibilidade de atrasos e cancelamentos de fornecedores com base na China, observando as contínuas interrupções devido ao coronavírus no país.

“As garantias de fornecedores de que não fazem negócios com a China não são proteção suficiente, porque eles provavelmente não têm visibilidade completa da rede de suprimentos”, observou o relatório.

A Everstream também destacou crimes cibernéticos, violações ESG, preços elevados de commodities da Europa – decorrentes da escassez de energia – e falências como outros riscos-chave enfrentados pelas empresas este ano.

Bloqueios devido à Covid-19

Embora os líderes dos principais partidos políticos dos Estados Unidos tenham combatido a concentração da produção na China, as empresas têm enfrentado riscos devido à dependência excessiva do país em relação aos produtos nos últimos anos.

As respostas do governo chinês à covid-19 criaram inúmeras dificuldades na cadeia de suprimentos de empresas estrangeiras. A Everstream contou 85 bloqueios na China em 2022, com 18 deles ocorrendo apenas no mês de novembro.

Depois que o governo chinês suspendeu sua política de “zero covid”, o aumento de casos criou novas pressões nas fábricas à medida que os trabalhadores adoeceram.

“Atualmente, as constantes mudanças nas políticas da covid-19 na China geram grandes dores de cabeça para os fabricantes, pois as empresas e os trabalhadores lutam para se adaptar”, disse a Everstream em seu relatório.

Risco de falência

A empresa de análise também mostrou alguns riscos financeiros que os fabricantes da China vêm enfrentando, embora o país não esteja sozinho nisso.

Na China, Alemanha e Estados Unidos, empresas de eletrônicos quebraram. Na China, a maioria são dos setores de eletrônicos, automotivo e químico.

Em meio a quedas na demanda, há um risco de que em 2023 as falências dessas empresas possam interromper as cadeias de suprimentos.

Segundo a Everstream, o risco de que a falência de uma pequena empresa possa suspender ou até mesmo encerrar a produção em pelo menos um fornecedor é de 60%.

Um fornecedor que sai do negócio pode, no mínimo, gerar aumento dos custos e do tempo de produção, enquanto as empresas procuram alternativas.

“Geralmente não se dá muita atenção ao fechamento de pequenas empresas, mas muitas companhias serão pegas de surpresa neste ano, criando um efeito chicote que pode interromper a produção”, disse a Everstream.

Violação de ESG

Além disso, a empresa relacionou a possibilidade de uma violação de ESG – à qual a Everstream deu uma pontuação de risco de 75%, também à China. Foram identificados 177 fornecedores ligados a trabalho forçado do povo Uigur, na região de Xinjiang da China.

“Qualquer empresa que forneça componentes eletrônicos está exposta a violações de ESG, já que alguns dos maiores produtores de cobre, níquel e lítio da China foram acusados ​​de utilizar trabalho forçado em Xinjiang”, observou o relatório.

Junto com investigações de mídia e ONGs, o Congresso também se interessou pelo assunto. As autoridades já estão questionando fabricantes de automóveis e a gigante da moda Shein para manter o trabalho forçado em Xinjiang fora de suas cadeias de suprimentos.

 

Com informações do Supply Chain Dive.

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