Logística reversa: desafios estratégicos e ambientais
Você sabia que quase 30% dos produtos comprados por e-commerces foram devolvidos ou trocados em 2021, segundo pesquisa da Ebit/Nielsen? O processo responsável por essa ação é a logística reversa.
Trata-se da gestão dos fluxos reversos de produtos do ponto de consumo ao de distribuição. Em outras palavras, por exemplo, é a devolução de uma compra feita através de um site.
Seu impacto na cadeia de suprimentos é significativo, e as empresas precisam considerá-lo. Veja quais os principais desafios da prática:
Complexidade: envolve coleta, transporte, triagem, reparação ou descarte adequado dos produtos devolvidos, o que demanda um grande esforço logístico e operacional.
Custo elevado: tanto para transporte quanto para processamento dos produtos devolvidos. Muitas empresas não costumam incluir esses custos nos seus cálculos de precificação, o que pode gerar prejuízos.
Mudança cultural: implementar a logística reversa requer comprometimento com a gestão adequada dos produtos pós-consumo e com a preservação do meio ambiente.
Tecnologia e capacitação: a eficiência dos processos depende da utilização de tecnologias adequadas e da capacitação de equipes que saibam lidar com os desafios específicos dessa prática.
Responsabilidade compartilhada: fabricantes, transportadoras, varejistas e consumidores precisam se comprometer, o que pode gerar dificuldades na sua implementação.
Otimizando o processo
A troca ou a devolução de um produto precisa ser prática para o cliente. Segundo Caio Reina, mentor da Imlog, CEO e fundador da RoutEasy, um dos primeiros passos é oferecer diferentes opções para o próprio consumidor escolher. Algumas são:
1) Cliente realiza a postagem do produto
2) Transportador faz a retirada do produto com ou sem custo adicional
Também é preciso explicar para o cliente como funciona a política da empresa em relação aos processos de devolução. É importante, ainda, mantê-lo ciente de todo o andamento dos processos.
“Uma estratégia de logística reversa eficiente ajuda a empresa a reduzir custos e despesas com transporte e armazenagem”, destaca Reina. Além disso, uma boa experiência garante que o cliente recomende a loja, ajudando também a construir uma imagem positiva da empresa.
Pesquisa realizada pela Invesp mostra que a facilidade no processo de devolução de produtos é um fator importante na decisão de compra. Cerca de 92% dos entrevistados não desistem de comprar em uma loja se o processo de devolução for simples e 79% querem que esse processo não gere mais gastos.
Não só para produtos devolvidos
A forma mais comum de logística reversa é o retorno de produtos devolvidos pelos consumidores, além do retorno de mercadorias com defeito. Mas não só isso.
A prática abrange todo o ciclo de vida dos produtos, desde a fabricação até o descarte ou a reciclagem. Ela pode ser utilizada para o reaproveitamento de embalagens, contribuindo para a redução do impacto ambiental.
Também é usada para o descarte adequado de resíduos pós-consumo, como pilhas, baterias, lâmpadas e pneus, evitando a contaminação do meio ambiente e das pessoas.
No Brasil, diversas normas regulamentam a prática, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público na gestão dos resíduos.
Apesar dos desafios, é uma atividade cada vez mais importante para as empresas que desejam se manter competitivas e atender às demandas da sociedade em relação à sustentabilidade.
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