Nos últimos 10 anos, o nível de complexidade da cadeia de suprimentos só cresceu, e a tecnologia possibilitou uma gestão mais eficiente e integrada, a chamada logística do futuro!
Em meio a novos hábitos de consumo e avanço tecnológico, as cadeias de suprimentos estão cada vez mais integradas e conectadas, no entanto, muitas empresas ainda têm dificuldades de acompanhar todas essas mudanças, aceleradas principalmente nos últimos três anos.
Propondo-se a discutir e refletir sobre essas intensas transformações, a 4ª edição do evento Logística do Futuro aconteceu nos dias 29 e 30 de agosto em São Paulo, e reuniu especialistas e empresas do setor para discutir cinco pilares de conteúdo:
Realizado pelo Mundo Logística, o evento mostrou consenso de que a tecnologia veio para ficar, no entanto, em meio a tantas soluções inovadoras, é preciso investir naquelas que melhor comportam suas necessidades e objetivos de negócio, sem deixar de lado o tripé pessoas, capacitação e colaboração entre organizações.
A ImLog acompanhou de perto os painéis e compilou alguns dos vários insights do evento para você. Confira a seguir!
“A missão do supply chain é proteger a estratégia do negócio”
– Paulo Leônidas, Diretor de Supply Chain, Grupo Lactalis
A seguir, exploramos cada um desses insights de maneira mais detalhada:
O primeiro painel do evento, intitulado “uso integrado de múltiplas soluções logísticas: desafios de implementação e ganhos de serviço, custo e governança”, focou na importância da eficiência de custo.
Embora os profissionais de logística sejam muito drivados para a redução de custos, é preciso buscar equilíbrio entre custo logístico e market share. Afinal, economizar e perder mercado não é ganho.
Com uma concorrência acirrada e os clientes exigindo um nível de serviço cada vez maior, cada detalhe conta para aumentar ou diminuir a satisfação dos consumidores, portanto, é preciso investir em inteligência de dados para reduzir custos.
Nesse sentido, a tecnologia permite que as empresas conheçam o público e suas preferências, ficando atentas ao que ele precisa ao longo de toda a sua jornada de compra.
Conhecer os processos da empresa é o melhor caminho para propor soluções baseadas em tecnologia. Mudar a mentalidade da gerência nem sempre é fácil, e um dos caminhos para isso ocorra é mudar a mentalidade: o uso de tecnologia precisa deixar de ser custo para se tornar investimento.
Para começar, aplicar soluções que foquem no atendimento e no relacionamento com o cliente tem potencial para mostrar resultados rápidos, principalmente aumento do ticket médio e das vendas. Além disso, olhar para cada área como um centro de lucro, é essencial.
A integração junto a IA, além de reduzir o “efeito chicote”, impacta na movimentação diária, planejamento de demanda, oferece visibilidade e informações abundantes sobre a cadeia.
No entanto, para aproveitar ao máximo essas vantagens, é essencial reduzir os silos dentro da operação e da própria empresa.
Possibilitar a troca de informações em tempo real gera maior conectividade, o que por sua vez, estabelece as bases de um fluxo logístico integrado. Além disso, cada parte da cadeia precisa entender seu papel, desempenhando-o da maneira mais eficiente possível.
Os principais desafios da omnicanalidade seguem sendo a capacitação adequada da equipe, a integração entre estoque físico/e-commerce, boa experiência on e off e planejamento, só para citar alguns.
No fim, o omnichannel é uma ferramenta para atender às novas demandas dos clientes, portanto, a base para fazê-lo funcionar é focar na experiência. Para isso, conheça o cliente e contextualize seu fluxo, adaptando a solução ao modelo operacional.
“A tecnologia gerou em nós um senso de imediatismo”
– Alvaro Loyola, Country Manager Brasil, Drivin
Desenhar melhores processos, integrar estoque, investir em pudos e lockers, assim como em IA e machine learning são algumas das soluções para canais mais integrados, que geram maior recorrência e satisfação do cliente.
Mas lembre-se, antes de partir para qualquer solução, é preciso entender que diferentes segmentos têm diferentes necessidades e o omnichannel precisa ser gerenciado estrategicamente considerando cada necessidade.
O principal desafio para decidir baseando-se em inteligência artificial é tratar os dados adequadamente, ou seja, não basta ter acesso a eles, fazer correlações, extrair informações e ter a capacidade de transformá-las em insights significativos para o negócio é vital, caso contrário, só terá um grande volume de dados sem utilidade real na operação.
Portanto, é preciso estabelecer uma jornada de dados, criada a partir dos gargalos e oportunidades do negócio.
Além de ter mais chances de alcançar uma performance integrada, conhecer o modelo de negócios permite uma visão mais específica das necessidades, ajudando a escolher a tecnologia mais adequada para o que a empresa deseja alcançar a médio e longo prazo.
Considerar variáveis como tempo, custo, pessoas e risco do negócio é essencial para escolher a melhor solução.
Em suma, antes de buscar pela solução ideal, é imprescindível ter um objetivo claro (output), mapear processos e encontrar os pain points.
Aplicar inteligência artificial e machine learning na cadeia logística passa diretamente pelos drivers que maximizam a experiência do cliente, entre eles:
Muitas empresas brasileiras são early adopters, no entanto, a rápida adoção de novas tecnologias tende a ser uma iniciativa reativa, ou seja, são adotadas não porque fazem sentido dentro da estratégia, mas porque é uma tendência.
A expectativa é que esse comportamento mude nos próximos anos.Novas tecnologias destravam novas oportunidades, no entanto precisam fazer parte da estratégia de negócios.
A previsibilidade é uma grande vantagem competitiva, mas também precisa evoluir; o próximo passo é alcançar maturidade na análise desses dados para desenhar processos mais eficientes e com propósito claro.
Planejar baseando-se em mapas de calor, aumentar a velocidade, tornar a expedição e a separação mais eficientes, por exemplo, são apenas alguns dos benefícios de utilizar IA no armazém.
O embate entre homem e máquina é bastante popular em livros e no cinema, mas o futuro está caminhando cada vez mais para a colaboração. Portanto, antes de investir em tecnologia, é preciso investir nas pessoas, trazê-las para construir junto.
Antes de implementar tecnologias na operação, conheça a realidade cotidiana e implemente uma solução que trabalhe a favor do time, não “contra”.
“A tecnologia serve as pessoas”
Tandara Martins, Fulfillment Operations Manager, Mercado Livre
Entre os vários colaboradores da cadeia, um grande destaque do evento foi o motorista, que apesar de ser visto como uma peça fundamental na engrenagem logística, pouco evoluiu ao longo do tempo.
Para mudar essa realidade, investir em treinamentos, disponibilizar tecnologias e garantir sua segurança é uma pauta que tende a ocupar cada vez mais espaço nas empresas.
No fim, a tecnologia precisa ser utilizada por pessoas, portanto precisa ser acessível a todos os colaboradores. Educação, conscientização e desenvolvimento são os pilares de um setor logístico mais eficiente.
Embora a tecnologia permita maior conectividade – tanto na operação quanto na relação com o cliente, para atingir a eficiência é preciso mais colaboração entre as empresas.
De acordo com os especialistas, a troca de experiências e informações levam ao aprendizado contínuo, característica essencial para atingir a eficiência. É bom para o setor e para o consumidor.
“Quem paga a ineficiência é o cliente” – Adriano Munaretti, Gerente Geral Materiais, CSN
No entanto, para que a pauta avance, é preciso investir em segurança de dados e infraestrutura, além de ser transparente.A idoneidade do agente e o estigma cultural acerca do compartilhamento de informações com “concorrentes” são alguns dos principais impeditivos para uma cadeia logística mais colaborativa.
O custo logístico no Brasil é de 12%, enquanto nos Estados Unidos gira em torno de 8%. Isso se dá, principalmente, em decorrência de uma cadeia desconectada. Utilizar soluções baseadas em IA tende a diminuir os gaps, proporcionando maior visibilidade e previsibilidade.
De acordo com especialistas, muitas empresas se perguntam se deveriam ou não implementar novas tecnologias. Nesse sentido, a principal reflexão é: não fazer parte dessa revolução, por si só, já é uma desvantagem competitiva.
Enquanto novas tecnologias emergem na cadeia logística, habilidades multidisciplinares também ascendem no setor, tornando-o ainda mais estratégico para as organizações.
Profissionais do futuro devem ser capazes de entender sobre o core business, fazendo correlações, implementando soluções estratégicas e sendo defensores do negócio como um todo.
Enquanto a especialidade é sempre bem-vinda, um perfil mais generalista tende a caminhar por diversos setores de maneira objetiva, montando um quebra-cabeça que gera valor para a companhia.
Nesse sentido, integrar diferentes áreas facilita a criação de novas soluções e é uma grande tendência para os próximos anos. A Amaro, por exemplo, passou a ter DEVs em logística, ampliando sua visão sobre o uso de tecnologia, reduzindo eventuais gargalos e aumentando a eficiência.
A logística do futuro já chegou: é um ambiente diferente, imprevisível e de alta competitividade, e embora exija resiliência requer também flexibilidade. Nesse cenário, a ferramenta tecnológica por si só não é a solução, o desenho de processos sim.
“Não existe pacote pronto. É um somatório de perguntas e reflexões.”
– Jonas Laurindvicius, CEO do grupo DPSP
As ferramentas digitais permitem informações muito mais granulares, o que resulta em um salto de eficiência. Portanto, mesmo que as transformações sejam grandes e intensas, as oportunidades também são.
“Quanto você tem um mundo complexo, você tem muita oportunidade para fazer uma logística eficiente.”
– Marcos Marinho, CEO do Grupo Ultra
Apesar das mudanças disruptivas, a base da logística permanece sendo a transparência, a prontidão e a disponibilidade.
“Os conceitos não mudam, só vão evoluindo.”
– Vasco Oliveira, CEO da NStech
A ImLog nasceu do sonho dos sócios Patrick Rocha (dLieve e VTEX), Luiz Vergueiro (Infracommerce e Mercado Livre) e João Cristofolini (Pegaki e Intelipost). Depois de criarem algumas empresas, darem start em diversas operações logísticas resolveram unir suas experiências e cases de sucesso para ajudar o mercado a realizar entregas com qualidade e acima de tudo encantando os clientes e consumidores.
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