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Logística do Futuro 2023: principais insights do evento

Nos últimos 10 anos, o nível de complexidade da cadeia de suprimentos só cresceu, e a tecnologia possibilitou uma gestão mais eficiente e integrada, a chamada logística do futuro!

Em meio a novos hábitos de consumo e avanço tecnológico, as cadeias de suprimentos estão cada vez mais integradas e conectadas, no entanto, muitas empresas ainda têm dificuldades de acompanhar todas essas mudanças, aceleradas principalmente nos últimos três anos.  

Propondo-se a discutir e refletir sobre essas intensas transformações, a 4ª edição do evento Logística do Futuro aconteceu nos dias 29 e 30 de agosto em São Paulo, e reuniu especialistas e empresas do setor para discutir cinco pilares de conteúdo: 

  • Open innovation e colaboração na construção de soluções inovadoras;
  • Agenda ESG aplicada às operações logísticas;
  • Tecnologia aplicada na tomada de decisão;
  • Futuro do consumo e seus impactos nas estruturas de abastecimento;
  • Eficiência logística em tempos complexos e dinâmicos.

Realizado pelo Mundo Logística, o evento mostrou consenso de que a tecnologia veio para ficar, no entanto, em meio a tantas soluções inovadoras, é preciso investir naquelas que melhor comportam suas necessidades e objetivos de negócio, sem deixar de lado o tripé pessoas, capacitação e colaboração entre organizações.

A ImLog acompanhou de perto os painéis e compilou alguns dos vários insights do evento para você. Confira a seguir!

Sem tempo? Atualize-se em menos de cinco minutos com o resumo dos principais insights do evento:

  • É preciso buscar equilíbrio entre custo logístico e market share;
  • Invista na inteligência de dados para reduzir custos e aumentar o nível de serviço;
  • O uso de tecnologia precisa ser visto como investimento, não custo;
  • Para que haja integração da cadeia, é essencial reduzir os silos dentro da operação e da própria empresa;
  • Conheça o cliente e contextualize seu fluxo de acordo com suas necessidades, adaptando a solução ao modelo operacional;
  • Estabeleça uma jornada de dados, transforme informações em conhecimento e gere valor escolhendo a solução que melhor responde às suas necessidades;
  • Evite ser reativo! Novas tecnologias destravam novas oportunidades, no entanto precisam fazer parte da estratégia de negócios;
  • Capacite o time para lidar com novas tecnologias;
  • Integrar diferentes áreas facilita a criação de novas soluções e é uma grande tendência para os próximos anos;
  • Profissionais de logística devem ser capazes de entender sobre o core business, fazendo correlações e tornando-se defensores do negócio;

“A missão do supply chain é proteger a estratégia do negócio”

Paulo Leônidas, Diretor de Supply Chain, Grupo Lactalis

A seguir, exploramos cada um desses insights de maneira mais detalhada: 

Eficiência de custo

O primeiro painel do evento, intitulado “uso integrado de múltiplas soluções logísticas: desafios de implementação e ganhos de serviço, custo e governança”, focou na importância da eficiência de custo.

Embora os profissionais de logística sejam muito drivados para a redução de custos, é preciso buscar equilíbrio entre custo logístico e market share. Afinal, economizar e perder mercado não é ganho.

Com uma concorrência acirrada e os clientes exigindo um nível de serviço cada vez maior, cada detalhe conta para aumentar ou diminuir a satisfação dos consumidores, portanto, é preciso investir em inteligência de dados para reduzir custos.

Nesse sentido, a tecnologia permite que as empresas conheçam o público e suas preferências, ficando atentas ao que ele precisa ao longo de toda a sua jornada de compra. 

O ROI da tecnologia

Conhecer os processos da empresa é o melhor caminho para propor soluções baseadas em tecnologia. Mudar a mentalidade da gerência nem sempre é fácil, e um dos caminhos para isso ocorra é mudar a mentalidade: o uso de tecnologia precisa deixar de ser custo para se tornar investimento. 

Para começar, aplicar soluções que foquem no atendimento e no relacionamento com o cliente tem potencial para mostrar resultados rápidos, principalmente aumento do ticket médio e das vendas. Além disso, olhar para cada área como um centro de lucro, é essencial.

Integração de fluxos logísticos

A integração junto a IA, além de reduzir o “efeito chicote”, impacta na movimentação diária, planejamento de demanda, oferece visibilidade e informações abundantes sobre a cadeia.

No entanto, para aproveitar ao máximo essas vantagens, é essencial reduzir os silos dentro da operação e da própria empresa. 

Possibilitar a troca de informações em tempo real gera maior conectividade, o que por sua vez, estabelece as bases de um fluxo logístico integrado. Além disso, cada parte da cadeia precisa entender seu papel, desempenhando-o da maneira mais eficiente possível.

Omnicanalidade

Os principais desafios da omnicanalidade seguem sendo a capacitação adequada da equipe, a integração entre estoque físico/e-commerce, boa experiência on e off e planejamento, só para citar alguns. 

No fim, o omnichannel é uma ferramenta para atender às novas demandas dos clientes, portanto, a base para fazê-lo funcionar é focar na experiência. Para isso, conheça o cliente e contextualize seu fluxo, adaptando a solução ao modelo operacional.

“A tecnologia gerou em nós um senso de imediatismo”

Alvaro Loyola, Country Manager Brasil, Drivin

Desenhar melhores processos, integrar estoque, investir em pudos e lockers, assim como em IA e machine learning são algumas das soluções para canais mais integrados, que geram maior recorrência e satisfação do cliente.

Mas lembre-se, antes de partir para qualquer solução, é preciso entender que diferentes segmentos têm diferentes necessidades e o omnichannel precisa ser gerenciado estrategicamente considerando cada necessidade. 

Tomada de decisão com IA

O principal desafio para decidir baseando-se em inteligência artificial é tratar os dados adequadamente, ou seja, não basta ter acesso a eles, fazer correlações, extrair informações e ter a capacidade de transformá-las em insights significativos para o negócio é vital, caso contrário, só terá um grande volume de dados sem utilidade real na operação. 

Portanto, é preciso estabelecer uma jornada de dados, criada a partir dos gargalos e oportunidades do negócio. 

Além de ter mais chances de alcançar uma performance integrada, conhecer o modelo de negócios permite uma visão mais específica das necessidades, ajudando a escolher a tecnologia mais adequada para o que a empresa deseja alcançar a médio e longo prazo.

Considerar variáveis como tempo, custo, pessoas e risco do negócio é essencial para escolher a melhor solução. 

Em suma, antes de buscar pela solução ideal, é imprescindível  ter um objetivo claro (output), mapear processos e encontrar os pain points.

Uso de inteligência artificial e machine learning no CD

Aplicar inteligência artificial e machine learning na cadeia logística passa diretamente pelos drivers que maximizam a experiência do cliente, entre eles:

  • Otimização da cadeia de suprimentos (inteligência preditiva);
  • Gestão de custos;
  • Redução de cliques;
  • Planejamento da força de trabalho;
  • Práticas sustentáveis.

Muitas empresas brasileiras são early adopters, no entanto, a rápida adoção de novas tecnologias tende a ser uma iniciativa reativa, ou seja, são adotadas não porque fazem sentido dentro da estratégia, mas porque é uma tendência. 

A expectativa é que esse comportamento mude nos próximos anos.Novas tecnologias destravam novas oportunidades, no entanto precisam fazer parte da estratégia de negócios.

A previsibilidade é uma grande vantagem competitiva, mas também precisa evoluir; o próximo passo é alcançar maturidade na análise desses dados para desenhar processos mais eficientes e com propósito claro.

Planejar baseando-se em mapas de calor, aumentar a velocidade, tornar a expedição e a separação mais eficientes, por exemplo, são apenas alguns dos benefícios de utilizar IA no armazém. 

Invista em pessoas

O embate entre homem e máquina é bastante popular em livros e no cinema, mas o futuro está caminhando cada vez mais para a colaboração. Portanto, antes de investir em tecnologia, é preciso investir nas pessoas, trazê-las para construir junto. 

Antes de implementar tecnologias na operação, conheça a realidade cotidiana e implemente uma solução que trabalhe a favor do time, não “contra”.

“A tecnologia serve as pessoas”

Tandara Martins, Fulfillment Operations Manager, Mercado Livre

Entre os vários colaboradores da cadeia, um grande destaque do evento foi o motorista, que apesar de ser  visto como uma peça fundamental na engrenagem logística, pouco evoluiu ao longo do tempo. 

Para mudar essa realidade, investir em treinamentos, disponibilizar tecnologias e garantir sua segurança é uma pauta que tende a ocupar cada vez mais espaço nas empresas.

No fim, a tecnologia precisa ser utilizada por pessoas, portanto precisa ser acessível a todos os colaboradores. Educação, conscientização e desenvolvimento são os pilares de um setor logístico mais eficiente. 

Cadeia de suprimentos colaborativa

Embora a tecnologia permita maior conectividade – tanto na operação quanto na relação com o cliente, para atingir a eficiência é preciso mais colaboração entre as empresas. 

De acordo com os especialistas, a troca de experiências e informações levam ao aprendizado contínuo, característica essencial para atingir a eficiência. É bom para o setor e para o consumidor.

“Quem paga a ineficiência é o cliente” – Adriano Munaretti, Gerente Geral Materiais, CSN

No entanto, para que a pauta avance, é preciso investir em segurança de dados e infraestrutura, além de ser transparente.A idoneidade do agente e o estigma cultural acerca do compartilhamento de informações com “concorrentes” são alguns dos principais impeditivos para uma cadeia logística mais colaborativa. 

A logística do futuro é mais conectada

O custo logístico no Brasil é de 12%, enquanto nos Estados Unidos gira em torno de 8%. Isso se dá, principalmente, em decorrência de uma cadeia desconectada. Utilizar soluções baseadas em IA tende a diminuir os gaps, proporcionando maior visibilidade e previsibilidade.

De acordo com especialistas, muitas empresas se perguntam se deveriam ou não implementar novas tecnologias. Nesse sentido, a principal reflexão é: não fazer parte dessa revolução, por si só, já é uma desvantagem competitiva. 

Um setor cada vez mais multidisciplinar

Enquanto novas tecnologias emergem na cadeia logística, habilidades multidisciplinares também ascendem no setor, tornando-o ainda mais estratégico para as organizações. 

Profissionais do futuro devem ser capazes de entender sobre o core business, fazendo correlações, implementando soluções estratégicas e sendo defensores do negócio como um todo.

Enquanto a especialidade é sempre bem-vinda, um perfil mais generalista tende a caminhar por diversos setores de maneira objetiva, montando um quebra-cabeça que gera valor para a companhia. 

Nesse sentido, integrar diferentes áreas facilita a criação de novas soluções e é uma grande tendência para os próximos anos. A Amaro, por exemplo, passou a ter DEVs em logística, ampliando sua visão sobre o uso de tecnologia, reduzindo eventuais gargalos e aumentando a eficiência. 

A logística do futuro já chegou: é um ambiente diferente, imprevisível e de alta competitividade, e embora exija resiliência requer também flexibilidade. Nesse cenário, a ferramenta tecnológica por si só não é a solução, o desenho de processos sim. 

“Não existe pacote pronto. É um somatório de perguntas e reflexões.”

Jonas Laurindvicius, CEO do grupo DPSP

As ferramentas digitais permitem informações muito mais granulares, o que resulta em um salto de eficiência. Portanto, mesmo que as transformações sejam grandes e intensas, as oportunidades também são.

“Quanto você tem um mundo complexo, você tem muita oportunidade para fazer uma logística eficiente.”

Marcos Marinho, CEO do Grupo Ultra

Apesar das mudanças disruptivas, a base da logística permanece sendo a transparência, a prontidão e a disponibilidade.

“Os conceitos não mudam, só vão evoluindo.”

Vasco Oliveira, CEO da NStech

Sobre a ImLog

A ImLog nasceu do sonho dos sócios Patrick Rocha (dLieve e VTEX), Luiz Vergueiro (Infracommerce e Mercado Livre) e João Cristofolini (Pegaki e Intelipost). Depois de criarem algumas empresas, darem start em diversas operações logísticas resolveram unir suas experiências e cases de sucesso para ajudar o mercado a realizar entregas com qualidade e acima de tudo encantando os clientes e consumidores.

  • Amanda Moura é formada em Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e se dedica a estudar comportamento, consumo e tendências.

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Tags: Tecnologia

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