Foi em busca de eliminar a circulação de veículos vazios e garantir a otimização dos fretes de retorno, do começo ao fim da rota, que surgiu a LogShare.
A startup brasileira maximiza o conceito de logística colaborativa através de tecnologia, reduzindo custos e até 50% da emissão de carbono de grandes embarcadores.
Com 18 meses de operação, a empresa tem como missão reduzir as ineficiências da malha logística latino americana – altamente dependente do transporte rodoviário.
Segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT), 2 em 5 caminhões transitam nas estradas retornam vazios de seus locais de destino.
Sua plataforma digital integra e otimiza as rotas de diferentes empresas. A plataforma funciona como uma torre de controle, conectando o frete com o transportador ideal através do uso de técnicas avançadas de inteligência artificial.
Embarcadores como a Pepsico já enviam suas informações de transporte em tempo real para a LogShare, que conecta ERP, TMS e torre de controle em uma única solução.
Grupo Pão de Açúcar e Porto de Santos aprovam
Em apenas um ano, a LogShare facilitou 9.000 fretes para clientes como o Grupo Pão de Açúcar. “Desde que começamos a trabalhar com a empresa, identificamos oportunidades grandes de otimização dentro da nossa própria cadeia logística. O próximo passo é compartilhar rotas com outras companhias, para aumentar ainda mais o impacto”, disse Elton Magalhães, gerente de projetos e inovação no Grupo Pão de Açúcar.
Em 2023, a startup iniciou operações em empresas como Pepsico e Mondelez, além de estabelecer parceria estratégica com o Porto de Santos, o maior da América Latina, com potencial de 2,5 milhões de fretes (otimizações) anualmente.
A redução das viagens de caminhões vazios é uma prática essencial para otimizar o transporte no ecossistema portuário. “Ao mesmo tempo, o aproveitamento do espaço disponível nos caminhões contribui para aumentar o volume transportado nos portos, gerando impactos positivos na sua competitividade, bem como amplia a oportunidade de negócios para transportadores/caminhoneiros autônomos”, disse a Diretoria da Autoridade Portuária de Santos (SPA – Santos Port Authority).
Expansão da malha
Em 2023, a LogShare busca acelerar ainda mais seu crescimento e expansão da malha de rotas integradas com clientes novos e existentes. Sua ambição é ter escala global e atuar em diferentes verticais.
“A LogShare é uma empresa comprometida com sustentabilidade e colaboração, o desafio que viemos solucionar é trazer para nossos clientes um ambiente seguro para transações colaborativas. Inovamos em uma plataforma de logística onde todos capturam benefícios em um efeito de rede: embarcadores, transportadores e meio ambiente”, explica Pedro Prado, fundador e CEO da companhia.
Como tudo começou
A LogShare surgiu de uma dor sentida pelos fundadores, que tentaram durante anos resolver a ineficiência do frete de retorno em empresas como Coca-Cola, McKinsey & Company e Grupo SHV, dona da rede Makro.
Ao sentirem que a falta da tecnologia os impedia de ganhar escala, Pedro Prado, Glauber Alves e Eduardo Souza decidiram se unir para criar a startup.
Alves conta que eles costumavam se reunir para discutir soluções colaborativas para otimização de custos e melhoria de nível de serviço. “Víamos baixa produtividade e alta ociosidade em algumas etapas da cadeia, e as maiores soluções logísticas estavam em contratação de frete e não havia ninguém focado em criar sinergia entre embarcadores”, conta.
Segundo Souza, “quando começamos a tirar a LogShare do papel, sabíamos da complexidade em criar um produto que englobasse um algoritmo que permitisse empresas encontrarem combinações de rotas, bem como mecanismos para manterem suas operações rodando com maior eficiência, qualidade e segurança”.
O time por trás da transformação
Além dos fundadores, que têm projetos e experiências relevantes para o negócio em que atuam, a LogShare conta com um time de profissionais gabaritados que investiram na empresa e/ou são conselheiros.
Entre eles, fundadores de startups (Gympass e Kovi) e soluções logísticas, como Greenmile e Rapidão Cometa, além de Nestor Felpi, expert em inovação logística LatAm e ex-diretor de Supply Latam da Natura e Avon; Angel Medeiros, consultor e conselheiro na Natura; e Américo Pereira Filho, ex-CEO do Fedex no Brasil, atual conselheiro na Sequoia e sócio da Consultoria McKinsey & Company no Brasil e Estados Unidos.
E, ainda, conta com fundos de investimento especialistas em empresas em “early stage”, como ONEVC e Niu Ventures.
“O que eu vivenciei em minha carreira é que a área de logística não deve ser terreno de competição entre embarcadores, o futuro da logística está na colaboração. E essa proposta de colaboração me entusiasma a colaborar com o crescimento da LogShare”, comenta Felpi.