Há espaço para os “dinossauros” na inovação logística

Se ainda é difícil confiar no novo e deixar pra lá aquele pensamento “na minha época era melhor”, que tal aprender a aprender?

Em um passado não tão distante – ou muito distante, dependendo do seu ano de nascimento –, era inimaginável a possibilidade de guiar por entre as rodovias brasileiras sem o famoso Guia 4 Rodas. Sim, porque antes de contarmos com o grande auxílio de aplicativos e mapas online, eu, você e os milhares de motoristas particulares ou profissionais deste Brasil tínhamos que “chegar ao nosso destino” tentando compreender mapas atualizados anualmente por uma famosa revista impressa do segmento automotivo.

Neste mesmo passado, o trabalho de cotar o valor de qualquer coisa que quiséssemos comprar era, realmente, um trabalho: tínhamos que nos deslocar até um centro comercial – ou vários – visitar muitas lojas, anotar os preços em bloquinhos de papel, retornar àquela onde valia mais a pena e então realizar a compra. E não parava por aí: se fosse preciso entregar o item comprado em nossa casa, tínhamos que viver com a incerteza do prazo, sem acompanhamento em tempo real, e à mercê do valor cobrado por cada estabelecimento (sem citar a dor de cabeça criada por uma possível devolução do produto).

Se você, assim como eu, viveu esse passado e trabalha no setor logístico, sabe que não adianta negar as inovações e tecnologias que surgem quase diariamente. Mas, se ainda é difícil confiar no novo e deixar pra lá aquele pensamento “na minha época era melhor”, que tal aprender a aprender? 

Aceitar que tudo muda

Quando nos consideramos velhos demais para alguma coisa – ou, como eu costumo me referir a mim mesmo, um dinossauro – precisamos trabalhar nossa mente para acumular informações, dados, absorvê-los da melhor forma possível e não se deixar levar pelo primeiro impulso, que pode ser uma resistência natural ao novo. Faz parte de um treinamento emocional e comportamental que traz resultados para todos os setores da vida.

A partir do momento em que você está apto a ouvir, absorver, agir e aceitar que tudo muda, você está pronto para acompanhar o mercado de alta performance e não ficar para trás. E isso pode ser de simples explicação, mas é de difícil execução no dia a dia. 

E vou além: é necessário fugir de modelos tradicionais de educação e focar na prática para que todos, dinossauros ou não, entendam os novos processos ao invés de engolirem teorias e nomes difíceis. E, sim, meu amigo T-Rex, existem, cada vez mais, nomes difíceis ou desconhecidos por muitos quando falamos de inovações na logística. Não adianta decorá-los, você tem que aprender a aprender.

Provavelmente você já ouviu falar de Lockers, que são aqueles armários instalados em pontos estratégicos nos quais os produtos adquiridos pela internet são deixados para que os clientes os retire;  ou então dos PUDOs, os comércios que funcionam como estoques e pontos de retirada e entrega dentro dos centros urbanos, cujo objetivo é otimizar o tempo de entrega ao consumidor. Não tenho dúvida também que você já ouviu falar sobre a importância do uso de dados, de roteirização e de viabilização de frete grátis. 

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Do “meu tempo” para cá, duas coisas não mudaram: a satisfação do cliente em primeiro lugar e estar aberto às novidades

Uma orquestra em harmonia

Agora, não adianta contar com músicos brilhantes, mas que não funcionam em conjunto. Você realmente sabe fazer essa orquestra trabalhar em harmonia?  Sabe colher e analisar dados e depois desenvolver um plano de ação para saber qual modelo de entrega é o melhor para seu cliente? Se o locker funciona melhor numa região, PUDOs em outra? Sabe preparar o seu time para compreender esses desafios? E o mais importante: está antenado nas próximas tendências da logística? Sabe o que está acontecendo agora nos galpões da China, nos Estados Unidos, na Europa?

Do “meu tempo” para cá, duas coisas não mudaram: a satisfação do cliente em primeiro lugar e estar aberto às novidades, mas veja que elas sofreram um belo up grade. O desafio agora é que cada cliente tem consigo uma definição de satisfação – personalização é palavra de ordem – e as novidades estão aparecendo, literalmente, todo dia. Portanto, meu amigo T-Rex, com toda a experiência que temos, não podemos nos isolar em nossas próprias tribos, remoendo nossas próprias convicções. Não será um meteoro que vai nos aniquilar, mas sim a nossa mente fechada.  Passou da hora de se abrir para o novo. 

Faça parte da próxima turma

Hotel Grand Mercure, São Paulo – Vila Olímpia
06 e 07 de maio – das 08 as 20h*

*horários sujeiros a mudanças

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  • Luiz Vergueiro

    Diretor de Operações Logísticas no Mercado Livre - 22 anos em operações de logística e transportes. Passagens por Infracommerce, Olook, Kanui, Ambev e Rhodia. É formado em Engenharia de Produção Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá com especialização em Administração pela Fundação Getúlio Vargas. Professor da cadeira de logística de Ecommerce no MBA da USP.

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