O mundo caminha hoje para criar redes colaborativas. Esse é um legado trazido pela tecnologia e pela globalização — e que também já chegou na logística.
Através de acordos que buscam a melhoria dos processos logísticos entre empresas que dividem uma mesma região de atuação, e também por meio de parcerias, até mesmo entre empresas concorrentes, é possível criar uma relação onde todos ganham, uma logística colaborativa.
Essa estratégia se dá, na prática, por meio do compartilhamento de:
- Equipamentos
- Espaços de armazenamento de estoque
- Veículos e demais ferramentas de trabalho
- Bem como a divisão de despesas, como limpeza e taxas de energia
O grande objetivo é a redução de custos e de imprevistos no dia a dia das atividades.
“Se você não for atrás e quebrar barreiras invisíveis jamais atingirá a colaboração mútua. Só depende de você”
Patrick Rocha
Cofundador da ImLog
Sem tabus
Para colocar em prática a logística colaborativa não são necessárias ideias elaboradas ou planos complexos: a transformação pode estar muito mais na forma de enxergar.
Patrick Rocha, cofundador e mentor da ImLog – A escola da nova logística e fundador da dLieve, logtech adquirida pela VTEX, salienta que deixar de lado a ideia superficial da competitividade e pensar colaborativamente é o grande passo para a virada de chave.
“Se você não for atrás e quebrar barreiras invisíveis jamais atingirá a colaboração mútua. Só depende de você”, frisa Rocha.
A redução de custos nesses casos pode ser enorme, chegando a 30%. “A soma de esforços na vida moderna, não importa se na logística ou no seu dia a dia, traz benefícios, vide os aplicativos de compartilhamento de viagem, por exemplo. Se pessoas que não se conhecem e têm visões diferentes de mundo podem compartilhar o mesmo espaço, porque mercadorias não podem?”, questiona.
Como exemplo, Rocha relembra o caso vivido pelo presidente de um grande operador logístico há cerca de três décadas. “O presidente foi conversar com os dois maiores jornais impressos em circulação no Brasil, que buscavam reduzir custos. Na ocasião, levantou a seguinte questão: se na banca os jornais estavam lado a lado, por que o transporte até o ponto de venda não poderia ser compartilhado? Ambos disseram ‘não’ para a ideia, e o projeto se encerrou ali. Um ‘não’ por puro ego e falta de visão estratégica da logística”, conta.
Apesar de tanto tempo passado, os tabus seguem nos dias de hoje. Não raro os gestores deixam de conversar com seus concorrentes por receio — e, muitas vezes, não têm ideia dos custos que poderiam reduzir e das experiências que poderiam compartilhar para otimizar os processos de logística.
Mas o mundo globalizado mostra que a concorrência agressiva e, por vezes, desleal, ficou no passado: a colaboração está na moda, e unir forças tem sido a grande estratégia adotada por gestores antenados.
Vantagens
Quantos caminhões de transportadoras rodam com mais da metade do baú vazio? Quais os custos da manutenção da frota de veículos, visto que são utilizados constantemente? Quantos depósitos, armazéns ou galpões possuem espaços ociosos, que não são totalmente aproveitados? Com o compartilhamento de estruturas como essas, os varejistas podem unir forças e obter bons resultados.
A parceria deve ser ajustada de acordo com as necessidades de cada empresa. Com um bom alinhamento, problemas recorrentes de logística, como atrasos, tráfego de caminhões vazios e demais situações que geram prejuízos poderão ser mitigadas.
Com isso, até mesmo a percepção da qualidade do serviço pelos clientes pode melhorar, uma vez que a logística está diretamente ligada ao valor agregado de uma marca.
Além disso, outra vantagem evidente com a aplicação da logística colaborativa é a inteligência logística: a troca de experiências, estratégias e tendências de maneira rotineira pode trazer uma visão mais completa de mercado e possíveis soluções para problemas em comum enfrentados pelas empresas.
Sem mencionar que, com a colaboração, incentiva-se a sustentabilidade, reduzindo a emissão dos poluentes pelos veículos, os gastos de energia nos centros de distribuição, dentre outros. Ou seja, o tema se liga à logística verde, ESG e à logística reversa.
A logística colaborativa representa um passo importante em direção a uma cadeia de suprimentos mais integrada, eficiente e sustentável, capaz de enfrentar os desafios e demandas do mercado globalizado.
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