A robótica foi o grande tema da ProMat 2023, feira que aconteceu de 20 a 23 de março, no McCormick Place, em Chicago, Estados Unidos. A edição deste ano apresentou tendências e as melhores soluções para a cadeia de suprimentos de mais de mil fornecedores do mundo todo.
Nosso mentor, Caio Reina, founder & CEO da RoutEasy, esteve por lá e contou com detalhes como foi a experiência de ver ao vivo as mais recentes tecnologias do setor em plena operação.
“Vi uma variedade de avanços em robótica, intralogística e automação, que se dedicam a resolver problemas específicos no setor. É notável a utilização de diversas tecnologias para resolver os mesmos problemas, porém, ainda não há uma convergência clara acerca de qual é a mais adequada para solucionar uma questão específica”, diz.
Como exemplo, Reina cita três soluções diferentes para o descarregamento de contêineres e caminhões, cada uma bem distinta da outra. Uma escaneia o baú, faz o modelo 3D dos volumes e usa um braço-esteira para coletar cada caixa. As outras duas usam braços mecânicos.
Para ele, parece que ainda há muita experimentação e pesquisas sendo realizadas para identificar as tecnologias mais adaptadas para cada operação.
Novos softwares
Em sua maioria, voltados para gerenciamento de armazéns (WMS) e, em menor escala, para gerenciamento de transporte (TMS), assim como soluções para delivery, embora eles não fossem o tema central do evento.
“Outro aspecto que chamou atenção foi a grande quantidade de inovações chinesas, principalmente na área de automação. O evento foi bastante abrangente e atraiu participantes de diversas partes do mundo”, comenta.
Nosso mentor observou, ainda, tecnologias bastante específicas, como AGVs. “Algumas soluções já são integradas, mas ainda há muita tecnologia operando de forma separada”, afirma.
“Chamou atenção a grande quantidade de inovações chinesas, principalmente na área de automação. O evento foi bastante abrangente e atraiu participantes de diversas partes do mundo”
Caio Reina
Fundador da RoutEasy
Mas afinal, as tecnologias se pagam?
Reina até levantou essa questão com os fornecedores da feira, mas não conseguiu uma resposta clara, já que essas soluções parecem ser de grande investimento. Quando perguntou sobre isso no contexto brasileiro, a resposta caiu no assunto dos altos impostos e na preocupação com a importação dessas tecnologias para o país.
“Embora em economias mais desenvolvidas a falta de mão de obra possa tornar essas soluções mais viáveis, no Brasil temos abundância de recursos humanos para a operação, o que torna a equação de custo-benefício mais complexa. Fica a incerteza de como fazer essa conta fechar e se tornar viável para empresas brasileiras”, explica.
Dito isso, como anda a tecnologia brasileira?
Reina diz que o que ele viu de mais avançado está na operação da MOVE3, que tem um armazém em São Bernardo do Campo, SP, todo automatizado com AGVs por software, operando 24×7. No geral, as experiências no país são de aplicação de software e alguns shuttles para transferência de produtos entre o armazém e a área de picking.
“De tudo que pude conferir na ProMat, nunca vi nada semelhante em operações logísticas brasileiras, mas acredito que as soluções apresentadas não são muito comuns em nenhum lugar do mundo, pois são bem avançadas”, salienta.
Em operações de grande volume ou consolidadas, as tecnologias utilizadas atualmente são mais específicas e independentes umas das outras. “Nesse sentido, a ideia do evento foi oferecer um panorama das tendências tecnológicas que devem surgir nos próximos cinco anos, para que os profissionais do setor possam se preparar para melhorar seus processos de logística e intralogística”, finaliza Reina.
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