Com o aumento de custos em logística, Amazon e outros varejistas reveem frete grátis
A Amazon.com e outros varejistas do comércio eletrônico que usam o frete grátis para fidelizar seus clientes estão se esforçando para evitar que a prática reduza os lucros na medida em que os custos logísticos aumentam.
Algumas estratégias são acrescentar taxas para um serviço mais rápido e aumentar os requisitos mínimos de compra, além de mudanças que transferem custos para os consumidores.
A solução encontrada se assemelha à das companhias aéreas, que cobram por assentos melhores, transporte de bagagem e restringem o uso de pontos de milhagem. Para Ken Morris, sócio-gerente da Cambridge Retail Advisors, os dias de entrega gratuita estão contados.
Não é nenhum segredo que a maioria dos varejistas aumenta os preços dos produtos para subsidiar o frete grátis. Ainda assim, a inflação do produto e os crescentes custos de envio estão tornando o serviço insustentável.
Segundo Lee Spratt, CEO da DHL eCommerce Solutions America, a prioridade é reduzir os custos de remessa, deixando a velocidade para segundo lugar.
Nem para tudo, nem para todos
Grandes empresas como Amazon e Zara estão estabelecendo limites para não perder dinheiro com a prática, já tão esperada pelos consumidores. Isso se traduz em metas de redução de custos de remessa de até 25%, contou Mingshu Bates, diretor de análise da consultoria AFS Logistics.
De acordo com os resultados da pesquisa da Digital Commerce 360, feita em agosto de 2022, quase 75% dos 1.000 principais varejistas dos Estados Unidos ofereceram frete grátis em alguns pedidos, com 45% exigindo compra mínima para esse benefício.
A Amazon oferece o frete grátis como um diferencial e usa as assinaturas Prime, consideradas caras, e grandes lucros de outras empresas para cobrir seus custos de entrega, forçando outros varejistas a fazerem o mesmo, mesmo que não tivessem as mesmas vantagens da marca.
Em fevereiro, o CEO da Amazon, Andy Jassy, disse que a companhia está simplificando os custos em todos os negócios e que a velocidade de envio não seria uma vítima de seu esforço de eficiência. Segundo a empresa, as entregas do Prime ficaram mais rápidas de 2021 a 2022 e estão melhorando ainda mais este ano.
Enquanto isso, varejistas menores estão abandonando a prática ou aumentando o preço dos produtos. A decisão acaba reduzindo a competitividade da empresa, mas pode ser lucrativa.
Custo elevado: Pode reduzir as margens de lucro e prejudicar a rentabilidade do negócio, especialmente se a loja não conseguir compensar o custo do frete em outras áreas.
Aumento da taxa de devolução: Quando o frete é grátis, os clientes podem ser mais propensos a comprar produtos sem ter certeza se realmente os querem. Isso acaba aumentando a taxa de devolução.
Aumento das expectativas dos clientes: Quando os clientes se acostumam a receber frete grátis, passam a esperar essa oferta sempre, mesmo em compras de baixo valor.
Redução da lealdade do cliente: Quando os consumidores procuram apenas lojas que oferecem frete grátis, podem não estar dispostos a pagar pelo frete em outras lojas, o que reduz a lealdade, mesmo que os preços dos produtos sejam mais altos.
Dificuldade em competir com grandes varejistas: Quem tem orçamento maior pode oferecer frete grátis com mais frequência, dificultando a concorrência.
No Brasil
Também aqui, algumas lojas oferecem entregas gratuitas para compras acima de um determinado valor ou para certos produtos. Além disso, podem aplicar promoções temporárias de frete grátis ou oferecê-lo como parte de um programa de fidelidade ou de assinatura.
“Frete grátis é um fator psicológico com muito potencial, mas deve ser uma prática seletiva”, comenta Patrick Rocha, cofundador da ImLog e fundador da dLieve. Este é, justamente, um dos temas destacados na Imersão Executiva em logística desenvolvida pela ImLog.
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