A Nikola Corp., empresa americana que projeta caminhões movidos a hidrogênio, registrou nova oferta pública de ações no valor de US$ 100 milhões. O preço estabelecido é o mais baixo já registrado pela empresa em negociações.
A oferta inclui a venda de 29.910.715 ações para o público e 59.374.999 ações para um investidor privado em oferta direta. No entanto, a adição de cerca de 94 milhões de ações às 513 milhões já existentes pode diminuir significativamente o valor das que já estão em circulação, impactando os acionistas atuais.
Na última quinta-feira (30/03), os compradores foram alertados sobre a situação na seção “fatores de risco” da oferta registrada na Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio – Securities and Exchange Commission, agência governamental dos Estados Unidos responsável por proteger os investidores e manter a integridade do mercado de valores mobiliários.
Se a Nikola pegar mais empréstimos, os credores terão prioridade em serem reembolsados em relação aos acionistas.
Considerando o valor de fechamento das ações da Nikola na segunda-feira (27/03), que foi de US$1,50 por ação, as novas ações registradas no valor de US$100 milhões teriam sido avaliadas em apenas US$ 0,90 cada uma. No entanto, como o preço de negociação das ações na quinta-feira foi ainda mais baixo, não é possível saber com precisão qual será o impacto exato dessa diluição no valor das ações.
Os negociadores começaram a vender ações quando a Nikola anunciou a oferta pública após o fechamento do mercado. A empresa é listada na Nasdaq sob o símbolo NKLA.
Sem dinheiro para operações
Carente de capital operacional, a Nikola planeja produzir caminhões elétricos movidos a células de combustível de hidrogênio para venda no quarto trimestre. A empresa disse que tem pedidos para os primeiros 100 caminhões elétricos Tre FCEV sem emissões, que custam até US$ 750.000 cada.
Ela alertou a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio sobre a oferta pública na última terça-feira (28/03), quando colocou pouco menos de 250 milhões de ações à venda.
Em comunicado à imprensa anunciando a oferta, os banqueiros do Citigroup poderiam vender até US$15 milhões em ações adicionais. Isso significa cerca de 4,5 milhões de ações adicionais se a oferta se esgotar.
Em agosto, a Nikola entrou em um acordo de US$ 400 milhões com o Citigroup, permitindo a venda direta das ações a preço de mercado. Após três tentativas, obteve votos suficientes para aumentar o número de ações de 600 milhões para 800 milhões.
O fundador da empresa, Trevor Milton, o maior acionista individual, votou contra a medida de aumentar o número de ações. Ele está enfrentando condenações por fraude e deve ser sentenciado em 27 de junho, após julgamento federal em Nova York.
Mais aumento
A Nikola planeja pedir outro aumento nas ações autorizadas na assembleia anual em junho. Devido à experiência do ano passado, que exigiu a contratação de uma empresa para buscar acionistas que se recusaram a votar, a empresa está cautelosa para não repetir a situação.
“Atrasos ou falhas em obter a aprovação dos acionistas podem causar atrasos na nossa captação de recursos futuros e gerar efeito adverso em nosso negócio, nas perspectivas, operações, liquidez e condição financeira”, declarou a empresa.
Os auditores da empresa disseram que, apesar de existir três medidas em vigor de venda ações para obter recursos de operação, a Nikola não pode contar com os acordos de capital próprio. A empresa tinha US$ 323 milhões em caixa no final de 2022.
Com informações de matéria publicada no site FreightWaves.
Mercado em alta
O mercado de caminhões movidos a hidrogênio é uma tendência crescente na indústria de transporte e logística. Esses caminhões utilizam células de combustível para transformar hidrogênio em eletricidade, fornecendo energia para o motor. Isso significa que são zero emissões, pois o único subproduto do processo de combustão é água.
Embora ainda seja uma tecnologia em desenvolvimento, as principais montadoras de caminhões e empresas de logística estão investindo nessa área. Acredita-se que a tecnologia de hidrogênio possa ser uma solução para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e cumprir as metas ambientais.
No entanto, há alguns desafios, como a falta de infraestrutura de abastecimento de hidrogênio e o alto custo da produção de células de combustível. Mas com o aumento da conscientização sobre a importância da sustentabilidade ambiental e a crescente demanda por soluções de transporte mais limpas, espera-se que o mercado continue a crescer nos próximos anos.
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